8 de julho de 2011
Cada um com sua capelinha.
7 de julho de 2011
tem sempre fim, clarice.
6 de julho de 2011
A cigarra canta lá fora e isso deve significar alguma coisa.
5 de julho de 2011
2 de julho de 2011
)(
E também aquele inferno - quentinho - que tanto nos da prazer.
É sobre solidão também.
E sobre Internet e redes sociais.
E hoje vi um feed que exaltava a felicidade das coisas simples...
e o feed era fake como fake é quase todo feed cheio de alegria.
Quem, estando feliz, tem tempo para atualizações variadas?
Seja como for, eu mantenho meu blogue.
É meu limite de descrição e interatividade.
Ainda taro as adolescentes de sexta feiras e penso
sempre nos pais que as criaram com tanta dedicação.
Concluo que sou moralista,
mesmo que à favor do casamento gay, da liberdade sexual e da discriminação da maconha.
1 de julho de 2011
Nem te conto, Clarice.
29 de junho de 2011
é assim:
- Os dedinhos ficam crispados porque no cinema é assim que se faz. Gozar? É coisa de fracos, de artistas, de bichas. O bom fodedor (a boa fodedora) imagina-se sendo filmado(a) durante o orgasmo.
- Há muita diferença entre o que se é e o que se pensa. Isso é velho. O Sr. Freud deu nomes pra isso: ego, superego, id? Sempre confundo os nomes, mas a regra clara: há uma imagem que se deseja, e há a outra que é - não há vantagem em uma ou outra. Em outras palavras: estamos fodidos.
- A guria quer causar efeito. Efeito peido, eu acho. Assim: dedos na buceta pode; manipular pau também. Não pode: o pau e a buceta. Como explicar? É difícil, mas me esforço: "eu gosto mesmo é de provocar" ou então: "i am a teaser."
- Tenho pensado em 1912. Quero dizer: tenho pensado em começar frases com 1912. Devo googlar esse ano. Quem sabe o milagre é apenas um pensamento que se repete?
- Imaginei algo simples e elegante. Eu diria: - venha até minha casa ver um filme do Cassavetes. Ela diria "não sei", "quem sabe" ou "pode ser". Não haveria perdas. No mínimo teríamos visto um filme do Cassavetes. Não é pouco.
- A segunda mulher que eu trepei me disse que eu era seu décimo primeiro. Por coisas que só se faz na juventude eu lhe falei que era a minha segunda. Ela ficou satisfeita e me deu por 8 meses. No sétimo mês a gente discutiu: ela queria namorar. Daí as fodas tristes do último mês quando ela (e eu também) ainda acreditava em chá de buceta. Ofereceu-me seu cu e eu aceitei vaidoso e de bom grado. Meu primeiro cu! Depois, na última discussão e inconformada por não namorarmos, disse: você foi meu sexto, meu sexto... Foi a primeira vez que notei o óbvio: mulheres são loucas.
- Um Diálogo: - o problema é que eu leio seu blogue./ - mas e daí? meu blogue é apenas um sintôma do meu tédio. / - eu sei, mas você vai me usar pra escrever lá./ - claro que não, a maioria das coisas são inventadas.../ - por isso mesmo, por isso mesmo que seu blogue é um problema. / - mas é tudo mentira. eu invento as coisas lá. / - então, pior ainda. (Segunda vez que notei o óbvio)
- Papai tem mania de grandeza, mamãe acha que entende tudo e todos e maninha esquece que não é mais adolescente. E tem eu: que aqui, e apenas aqui, aponto meus dedos vaidosos. Não gosto de quem guarda o passado como munição, não quero ser o mais compreensivo do planeta e nem acredito em milagres repentinos. Seja como for: tomo café, fumo cigarrinhos e aposto na MegaSena. Em outras palavras: merda do mesmo cu.
- Mania de promessa é uma desgraça. Digo por mim: inventei que 10 era um bom número.
- Solidão-minha-puta, Vida-minha-puta. Domar a puta vida e usar a solidão como estilo e não como fato. Telefonar pros amigos, mandar recados pras gurias, passear no calçadão mais lindo da praia mais suja, puxar conversa com a mulher que lhe sorriu no aeroporto, vender rifas caras pelo vakinha.com, escrever cartas pra desconhecidos, ter planos e rotina, convidar os amigos para almoços de fim de semana, essas coisas. A vida besta. O dia após o outro. O serviço público como autonomia financeira. O 10 desejado.
22 de junho de 2011
20 de junho de 2011
Atualiza-se.
- (coerência interna) Golpes na jogada. É comum. É idiota. Ganha-se dinheiro em cima de alguém. Se esse alguém tiver um lucro bacana, ele topará e fará contas. (E lucro não tem necessariamente a ver com dinheiro). Tudo certo. A questão é: querem ganhar dinheiro em cima de você e a porcentagem é muito irrisória. Além do óbvio: imprimir é, graças aos tempos atuais, tarefa simples. Editora e impressora são palavras diferentes, não?
- As loucas não entendem nada de nada. Elas acham que ser ''loucas'' é o lance. Mas não é, nunca foi. Homens não gostam de loucas... quer dizer... até gostam... mas não pela loucura. Loucas são promessas de sanidade. Interessa-me a louca que, por mim, vira sã. E não a louca que é e sempre será louca. A eterna louca é uma chatice, uma obviedade, um equívoco com uma buceta entra as pernas. Preço caro demais, em outras palavras.
- Nunca mais uma mulher decente, devo confessar. Só arremedo, só Patricinha Rock'and'Roll, só orfãs querendo provar algo. Deus tá no ceú e o diabo tá no inferno, é o meu limite. Que o quem sabe- talvez- pode ser/pode não ser é um infinito que não me interessa. Prediro o SIM ou o NÃO. Que essa idéia de INFINITOS POSSÍVEIS ou de MIL POSSIBILIDADES é um jogo desesperado pra quem nada tem e sente medo de TER.
- Não tenho mais idade pra quem acha que boquete é diferente de sexo. E, esteja claro, adoro boquetes. Sexo não é um pau na xota. Sexo é um princípio e uma prática. Há limites nisso: dar o cu e manter o hímem não mantém virgindade, por exemplo. Por essas não entendo... Que "chá de buceta" é coisa de crianças e não existe, que "sova de pica" é apenas um assunto de mesa de bar, que "a melhor foda da minha vida" depende mais de treino do que de paus e/ou bucetas milagrosos.
- Ter o que se tem é fácil. Por isso desconfio de mim. Por isso desconfio dos outros. Sou desconfiado, eu sei. Seja como for, quero dizer: até logo, até mais. Há um céu que fica muito bonito no inverno e há crianças que me constrangem por todas possibilidades que carregam por serem crianças. Por serem crianças, eu disse e repito. Que "começar de novo" e "se reinventar" só faz sentido em adultos armagurados.
- Chega.
17 de junho de 2011
*
há uma raiva e uma indiferença no ar. E, unidas, me consomem juntas e inutilmente.
Porque li isso e aquilo, porque estou vivo, porque recebi mensagens fofas e porque nem todo dia é, ou deve ser, santo.
Devo culpar o mundo. As amarras do mundo, a injustiça do mundo, a previsilidade do mundo. Mas o mundo nem é bem alguém ou algo à ser culpado. O mundo... tão estúpido e óbvio falar do mundo.
Retiro-me então.
Sem paciência, sem crenças contagiantes e sem frases otimistas.
Enganar a si próprio é uma habilidade que, definitivamente, preciso melhorar.
15 de junho de 2011
Andy Maatz Warhol Fernandinho.
14 de junho de 2011
tesão. eu te amo.
13 de junho de 2011
Relatinho.
FICA ASSIM:
- Uma tristeza que vejo e reparo. Digo: "-você está com a cabeça dura." Ela pede explicações e falo que ela tá com a lateral da cabeça tensa. Explico: "-parece que tá fazendo força pra mexer a orelha, sabe?" Ela diz que sabe, mas não sei. E tanto faz. Penso: "Se ela fosse minha mulher, eu estaria neurótico por essa agonia velada." Deixo-a em paz.
- Queria beber em paz. Assim: livrinho da vez, duas cervejas e casa. Tudo vai bem até que senta essa dupla de cinema ao meu lado. Falam sobre projetos, sobre leis de incentivo, sobre oficinas para um evento, sobre robótica, sobre... Tento abstrair, mas não consigo... sobre dinheiros atrasados, sobre o Circo Voador, sobre o cachê que não cobre o transporte... A segunda cervejinha desce com pressa e sinto algo que deve ser ódio. Quero pagar a conta. Resmungo à caminho de casa: "- Esse bar é meu, eles estão no lugar errado, por que sentar tão perto de alguém que bebe sozinho com um livro à tira colo?" Triunfo: "-Em Curitiba não teria esses problemas."
- Ouço algo que me deixa triste. Pela primeira vez pensei em telefones, em mensagens de otimismo, em porres inofensivos de ex-amantes. Gostaria de dizer que não é assim. Que ter opinião não é assim. Que se impor não é assim. Que inteligência não precede conflitos ou desconfortos. Que cada um faz o que tem que fazer e que atrapalhar a vida dos outros é apenas uma pauta do CQC. Queria, na demonstração de afeto mais sincera, dar-lhe um tapa na cara e dizer: "- Para com isso, se enxerga. Deixe de querer provar algo que não precisa de provas. Sua solidão não será aplacada por gritos no escuro."
- Descobrir que alguém tem fama de pau pequeno é algo que não vale a pena. Simplesmente porque agora, toda vez que ver o alguém em questão, lembrarei: "Ele tem a fama pau pequeno" E essa é uma informação estúpida e que só se descobre ao conviver com mulheres. Porque mulheres, mais do que homens, falam sobre isso. Até porque, entre homens, como esse assunto surgiria? Então lamento o conhecimento adquirido e, inevitável, pergunto pra mim mesmo:"Será que tenho pau pequeno? Ou pior: será que tenho fama de pau pequeno?" Mas eu mesmo me consolo: "Pelo menos poucas mulheres viram, de fato, meu pau."
11 de junho de 2011
Faço contas, faço testes.
Mas volto. Tem algo a ver com ''medo de sonhar'' - coisa que volta e meia falo pra gente próxima e que, de maneira geral, é bem entendido. Porque sonhar é bom e é fácil e alimenta. Porque tenho feito isso há anos e, porque, com os anos que passam, a gente se torna, em maior ou menor grua, vítimas dos próprios sonhos.
Então recebo a boa noticia e sorrio. Daí, ainda sorrindo, vou desconfiando. Faço pesquisas, descubro lapsos e implico com cortes de cabelos.
Resta esperar. E também, entre um cigarro e outro, assistir ao ótimo Mad Man.
9 de junho de 2011
poesia contemporânea, eu aprendi.
feita sempre
em versos curtos
e que nunca
usa vírgula
ou ponto
a síntese é um
fetiche
e as rimas
são muito suspeitas:
não rima falar de beliches,
não rima falar em efeitos
deve-se privilegiar a crueza
das palavras que nunca
por nada emitem opinião.
poderia dizer "geração tanto faz"
mas seria errado
porque certo é pensar
"tudo pode ser",
mesmo que vírgulas
e pontos
e aspas
desapontem minha
tímida clientela
estou só
e vejo charme
em rimas
e
sinto dó
de quem não fode
nem sai de cima
mas estou
por fora
não tenho twitter
e nem creio
que
amor verdadeiro
dure segundos
para meu
prejuízo
não acredito
em ternuras súbitas
e tão pouco em vídeos
postados no youtube
8 de junho de 2011
um dia faço um tratado
Breve caga regra sobre um arquétipo negligênciado: o imbecil.
- Ele tem dentes brancos e sorri com facilidade. Gosta de exaltar a dor, o prazer, a alegria ou a tristeza. Tanto faz. O imbecil é um exaltador compulsivo.
- Como bom imbecil, ele procura coerência. Gosta de aplicar na bolsa, de aproveitar a valorização do Real em Buenos Aires e ama, como todas suas forças, as reprises da década de 80 no Canal Viva. O imbecil sente nostalgia pela década de 80. É um "ploc".
- Em festas ou bares, ele canta alto. Lembra de todas as músicas que ninguém mais lembra. Leu Paulo Coelho para poder criticar com embasamento e acha que as mídias sociais são o coqueluche dos artistas anônimos. O imbecil, como sempre, julga-se um visionário. Vê arte onde arte não existe. Faz curadoria de blogues e artístas plásticos virtuais.
- Como não poderia deixar de ser, o imbecil se julga um homem de seu tempo. Mas o imbecil, por imbecil ser, julga errado. Fala sobre a falta de tempo e sobre o suor que é o pão de cada dia. O imbecil super valoriza o cansaço e, sem saber, repete lições bíblicas. O imbecil, pra piorar, compartilha seu cansaço em feeds virtuais.
- O imbecil, em 2011, acha graça em ser múltiplo. Ele é escritor, diretor, ator, poeta, DJ, blogueiro, video-maker, inventor de coletivos e, entre outras coisas, pai de uma linda menininha de 3 anos. O imbecil é múltiplo e vasto, atua em várias áreas sem nunca ter a dignidade de usar um simples pseudônimo.
- O imbecil se supõe vários e está certo. Ele é nenhum.
6 de junho de 2011
Expremo limão no gim e vislumbro grandes possibilidades. Estou falando de sonhos, de desejos realizados, de generosidade do mundo.
4 de junho de 2011
* * *
*
Sumir pode ser uma saída. Mas, nesse caso, sumir é sumir. Não se pode sumir anunciando que esta sumindo. Sumir é sumir, eu repito. Isso tem a ver com algo bastante cotidiano: a diferença entre pensar e fazer.
*
Não vou me estender sobre punhetas ou sobre sexo. É um assunto antigo. Sexo se faz por aí. Você pode cometer sexo ou se acometido(a) por sexo. Isso não importa. A questão é simples: não misture alhos com bugalhos, mesmo que, como disse o Millôr, ninguém saiba o que são bugalhos.
3 de junho de 2011
Fernandinho escreve torto.
Por algo que nem quero saber me chamavam de "Fernandinho."
Uma delas, se não me engano a mais velha, estava bêbada pela primeira vez.
26 anos e primeiro porre. Há algo errado aí.
Tenho bebidas, tenho comidas, moro sozinho, sou educado e simpático também. Ofereço gin, ofereço vinho, ofereço whiskey. Sou super educado, pensando bem. Faço pão de queijo.
Elas conversam. Eu ouço e meio que participo. Assuntos comuns: paus grandes ou pequenos, quantidade de paus per vagina, amor e sexo, paixões que se supõem maiores do que foram.
Há vozes altas, ameaça de reclamação de vizinhos e as quatro dizem estar bêbadas. Acredito.
Vislumbro: peitos sardentos, primeiros beijos lésbicos, risos eufóricos e (por que não?) uma boquete com 2 ou 3 bocas.
Uma delas se vai. Outras ligam para suas casas pra avisar que dormirão na casa da amiga. Eu aperto quem eu posso apertar. É bom, é bem bom.
Sono da apertada e há duas que falam e acompanham no gin e no cigarro. Imagino ataques, imagino segredos e nem tento nada porque, é bom lembrar, sou educado e simpático.
É tarde, bem tarde e o sono da apertada atinge a todos.
Há sacanagem na cama e vómito no banheiro. Vómito (óbvio) da bêbada tardia, mas quem se importa?
Há uma bela bunda, peitos que são melhores do que sua dona acredita e dedos instruídos para dentro de uma buceta.
O vómito termina e meu quarto-e-sala está cheio. Há chances. Siriricas? Punhetas? Quem sabe algo de ladinho? Mas nada de nada.
Falta paciência, falta espaço, falta qualquer coisa que nem imagino o que seja.
-
Quando acordo penso se ronquei ou não. Concluo que sim porque simplesmente ronco.
Vejo-as saírem e penso que ainda falta.
Faço café e lembro do que gosto:
voz aguda, falsa segurança, meias-calças que desaparecem, medo discreto e - ainda que em menor grau - jogo cujas regras desconheço.
Mas quem se importa?
-
-
(Domingo à tarde. Assim: sem ser à noite e sem ser dia útil. [Almoço talvez]. Domingo à tarde. Tem O Globo e as horas arrastadas. Tem a casa e o cinema às 18:20. Domingo à tarde...)
1 de junho de 2011
1 metro e 58 centímetros, ela disse.
31 de maio de 2011
Relato.
- Tudo está bem, ainda que nada seja perfeito. Perfeição é uma ambição própria dos idiotas.
- Adolescentes gostam de fazer escândalo e de chamar a atenção. Você pode negar atenção e ignorar o escândalo. Mas, particularmente, acho uma tática estúpida. Dê atenção para quem pede, nem que seja por condescendência. Generosidade não é o mérito da questão.
- Dorme-se bem no frio . O peso dos cobertores moldam um sono que deve se parecer com a morte. Há elegância no frio também: garotas com saias e meia-calças grossas, por exemplo. De qualquer maneira, o frio faz você sair pouco de casa. E isso (em coerência interna) é um grande problema. Para dar um exemplo falo um nome: Flávio.
- "A união faz a força" é um clichê que faz sentido. O que realmente te ameaça quando se está dentro de um grupo? Acho, e acho mesmo, que a NECESSIDADE de grupo é a pior forma de solidão. Mas acho, e acho mesmo, que pertencer à um grupo em momentos de crise é algo que faz toda diferença. Estou dizendo: nada nos ameaça porque somos nós e porque, assim sendo, somos fortes. Fortes porquê unidos e não o contrário.
- Existe uma criança perdida que vocifera contra monstros invisíveis. É uma criança, mas, mesmo assim, é capaz de causar danos e dores. Essa criança precisa de uma mão que, inevitavelmente, morderá. Então deixo a dica: com a poeira baixada assuma a partenidade e ofereça sua mão às dentadas. Isso, e só isso, será a tal GENEROSIDADE.
- Há um otimismo velado e discreto. Falo, como sempre, de mim. É porque, à distância, nota-se a estupidez alheia e se vibra por não ser estúpido. Estou falando uma coisa bíblica: "por seres assim, por não seres frio nem quente, por seres morno, eu te cuspirei da minha boca."
- Era noite e a TV não era interessante. Meu pau ficou duro e olhei pra ele. Tentei entender a espontâniedade daquela pau-durecência, mas ela era o que era e não precisava de explicações. A verdade é que meu pau duro me incomodava. Não por nada, mas porque impedia o conforto do cobertor. Toquei a punheta mais estúpida da minha vida: o Jô Soares fazia suas piadinhas e eu gozava. O filho da puta do meu pau, mesmo depois de gozado, insistiu em ficar duro. Olhei novamente pra ele e reconheci sua autonomia. Fui dormir.
- "Talvez daqui 2 anos" é a consciência que eu gosto de escutar. Porque, infelizmente, as coisas são lentas e a indecisão é parte da jogada de quem TEM que decidir alguma coisa. "Daqui 2 anos" é toda sabedoria que preciso para ter paz e para me contradizer em paz. Nada pior do que alguém que, após 1 mês de separação, afirma: estou ótimo, melhor resolução da minha vida. Então cutuco: sua maturidade não existe, é apenas um grito que diz: - eu não preciso de ninguém. Como se "não precisar de ninguém fosse uma dádiva". Cutuco com faca: ter alguém pra amar não é amar alguém.
Olá e Até Logo. É um problema e é um prazer. Que estando só bebo mais e como mais. Que com outros escrevo menos e cometo menos excessos. Então é isso: somos mornos e seremos cuspidos. Uma pena. Uma grande pena. (E que não me falem de caminho do meio).
23 de maio de 2011
(*)
e pertubador.
Mas a sala está vazia
e, por isso, nenhum ouvido
será ferido.
É uma lei antiga:
cão que ladra, não morde,
mesmo que gire em torno de si mesmo
e tente morder o próprio rabo.
19 de maio de 2011
A Merda Estoura.
Não fico muito quieto e nem disfarço tanto. A culpa é do blogue, que tenho e alimento. Porque terapia tem formas variadas e porque, para minha tristeza e glória da realidade, apenas meia dúzia de gatos pingados lêem isso aqui.
Então, ao invés de levar galinha morta à encruzilhada, cago minhas regras em ordem numérica:
- O diabo existe e é bastante real. Mas há pessoas que precisam ir ao inferno e ver o caldeirão e o tridente para ter certeza de sua existência. O risco de descer ao inferno é claro: pode-se morrer queimado ou voltar vivo e tostado. Há quem viva melhor depois de torrar e há quem morra precocemente. A chance é a mesma e o erro é o de sempre: supor que o sofrimento (per si) melhora as pessoas.
- Minha tristeza não importa. E nem a de ninguém. Existem crianças que ainda não possuem os instrumentos mínimos para encarar a vida real. Tem um treco de psicologia que fala mais ou menos assim: "a infância deve ser um ensaio pra vida adulta. Por isso o abuso contras as crianças é tão prejudicial: elas ainda não estão preparadas para encarar os abusos que serão inevitáveis na vida adulta".
- Há um único foco: que não seja exigido de uma criança uma decisão que, mesmo no mundo adulto, é difícil e dolorosa. As crianças, de maneira geral, precisam de uma única coisa: estabilidade ao seu redor - uma vez que a vida interna de uma criança é uma montanha russa de sensações e sentimentos.
- Disfarçar a dor é inútil. Crianças percebem tudo porque são permeáveis. Elas precisam saber que, mesmo com dor, o mundo delas não vai desabar. Vale lembrar os contos de Fada e suas enormes desgraças. Nesses contos há um ensinamento: mesmo com toda a merda, há a chance de "felizes pra sempre." Em outras palavras: aprender que ''tudo passa" é um dos aprendizados da infância. Não é à toa que, muitas vezes, nos contos de Fada , há enormes lapsos de tempo. Exemplo fácil é a Cinderela que dorme 100 anos.
- (O tempo, quando o percebemos relativo, torna-se menos cruel. A dor da morte só é dor quando pensamos na eternidade imutável. Enquanto estamos vivos as coisas mudam pela ação do tempo. E o tempo, em si, não melhora ou piora nada. O tempo não é uma idéia abstrata, o tempo é real e age. O tempo passa e passando está e estará. Não se trata de viver o presente, mas de lembrar que a dita "linha do tempo" engloba o passado, o presente e o futuro. O que quero dizer é: resolver certas coisas demoram e devem demorar. Porque, enfim, resolver certas coisas não é de um dia pro outro).
- Os problemas existem. Há dois tipos de problemas: os que você acha que pode resolver e os que você não acha que resolverá. A decência mínima é atacar os problemas que você pode resolver. E, então, empenhar-se neles. Os problemas sem solução não devem ser esquecidos. Até o contrário.
- Problema sem solução é o que precisa ser encarado. Como quem vê o monstro e pensa "esse monstro não existe", mas, contra si mesmo, resolve encarar o monstro inexistente. Porque o monstro não precisa existir. O monstro torna-se real a partir do momento em que você o chama de monstro. Parodiando o bom Dr. House: saber que sim e achar que sim dá na mesma.
- Não acredito em Deus. E digo isso pra minha infelicidade. Espero que Deus exista e que minha morte seja uma transição e não um fim. Se tenho "esperança" é porque tenho convicção e porque, de fato e mesmo, acho que as coisas mudam. Estou falando sobre mim como sempre e, claro está, falar sobre mim é falar sobre os meus e sobre as coisas que podem mudar. Se as coisas não mudam, ou mudam menos do que gostaríamos, é porque as coisas são lentas e nosso tempo é curto.
- A gente sofre. E sofre porque o tempo existe. E o tempo - esse diabo com ou sem caldeirão - é um enigma que nôs desafia à o desafiar. (Quem em sã consciência nunca pensou que não resistiria e resistiu?).
- Por ora, concluo: façamos o que podemos; e desejemos que haja força para resolver o insolúvel. E desejar muito, a gente aprendeu com o budismo, é sofrer. Soframos então... é parte da jogada, eu digo... que seja. Em outras palavras: Amém.
17 de maio de 2011
mistureba.
- Meu benzinho tem olhos tristes, mas não me incomoda. Talvez o contrário, quem sabe. Dias desses vi uma foto velha do meu benzinho. Tinha 10 anos, não tinha peitos ou pêlos, mas os olhinhos tristes já estavam lá. Pensei se tesar em sua fotinha de criança era sintoma de pedofilia.
- Uns dois anos atrás. Era meio que uma festa. Na casa da colega dela, ela me dizia sobre o porta-treco que a colega tinha e que achava lindo. Quando chegamos em casa mostrei o porta-treco que eu havia roubado, mas ela não entendeu minha ternura e me chamou de "doente mental".
- Ele fez muitas contas. Era seu estilo. Nunca, jamais, cogitou pagar a conta sem dividir tudo certinho. E agora, mesmo com bastante dinheiro, continuava com as contas. Demorou, mas entendi: fazer contas é um prazer em si.
- Tem coisas que não se pergunta, mas eu perguntei: - você acha mesmo nosso sexo fantástico? Ela disse "tem coisas que não se pergunta" e eu disse "mesmo assim". A história é curta: nunca mais nos vimos.
- Sexo fantástico é exceção, eu concordo. Ao mesmo tempo não é algo que se diz sem se achar porque simplesmente não tem porquê. De modo, que cá comigo, concluo que ela realmente achou nosso sexo fantástico. Ou então é louca - o que, enfim, é bem possível.
- Lembro de quando começei a amar. Na minha cabeça era claro. Foi no dia em que lambi o ceú da sua boca. Ela, pelo que lembro, achava que já me amava antes. Mas isso não faz diferença. Como um diálogo que vi no House: - mas ele apenas acha que me ama. Ele não me ama de verdade. E o House, fodão como sempre, replicava: - e qual a diferença?
- "Pé na bunda" era uma expressão que ela sempre usava. Depois, bem depois, reparei que mulheres usam essa expressão muito mais do que homens. Pensei se tinha a ver com a velha guerra dos sexos ou se era apenas um recalque biológico. Não cheguei a nenhuma conclusão, mas volta e meia penso: - mulheres pensam de um modo muito estranho mesmo.
15 de maio de 2011
Pelo prazer.
- Idas e vindas. É o mundo. Grande jogada isso de dizer "é o mundo". Eu rio mais do que deveria, é minha conclusão.
- Sofrer e ralar são coisas que as mulheres admiram, eu aprendi. Ok, vocês ganharam: me chamem de machista, me chamem de idiota. Digam-me ao pé do ouvido: eu quero mui-ii-to trepar com você. Em outras palavras: homem entende a buceta aberta da mulher amada como uma demonstração de amor - mesmo que o "eu te alimento" ainda seja fatal.
- Entre desabafos e confissões percebi o óbvio: quase nenhuma mulher suporta a cobrança de um homem que é menos rico do que ela. Mais ou menos assim: "Se eu te amo e te sustento, eu não preciso provar que te amo." Ou melhor: "Eu não tenho a obrigação de provar que eu te amo já que estou contigo e você é pobre."
- Ganhar na Loto é um tesão. Não precisa ganhar, precisa jogar. E, então, com os números na mão, se faz os planos com a patroa. A patroa gastaria o dinheiro da Loto de um jeito estranho e divertido. Porque alí, na brincadeira de ''o que eu faria se eu fosse rico?'', ela te diz de sonhos consumistas jamais imaginados: plásticas, viagens ao Japão, personal treiner da Débora Secco... E você, quase inocente, pensando em comprar um bar que terá as melhores comidas de boteco do Rio de Janeiro.
- Há uma boa amiga em crise com seu casamento. É normal e é decente: casamento em crise é quase o subtítulo do "estou casado". Seja como for, lhe fiz uma proposta bastante lógica. Eu disse: "Seja minha amante". Então expliquei: fosse ela minha amante as coisas seriam mais simples. Primeiro, ela me teria como cúmplice de suas queixas. E segundo, o mais importante, por ser minha amante, ela teria essa coisa chamada culpa. E culpa, a gente sabe, é bastante prática. Com a culpa ela seria mais generosa com seu marido e, por isso, seu casamento seria melhor. Então fica a dica: arranje uma culpa que exija reparação e viva melhor. Se na minha dica eu estava incluso é apenas porque garanto que seria o amante mais discreto do Sudeste Brasileiro.
- Por incrível que pareça - e meu blogue tem umbigo no nome - falei muito pouco de mim. Informo, então: comerei um refogado de batata com carne moída e bacon acompanhado por um feijão carioquinha que nem fui eu que preparei. Havendo, inclusive, uma salada de tomates.
- Digo "oiés" e sinto-me bem. É tão idiota quanto quando digo "ni" e sinto-me mal. E a merda, a merda toda, é essa: a vida, ela mesma. A vida é a porra dum empate. Isso mesmo: 0x0, 1x1, 2x2, etc. A coisa morna que será cuspida da boca de Deus (se não me engano) no Apocalipse de João. Que seja. É domingo à tarde e há sol depois de dias cinzas. O que fazer? Deus, que nem tem nada a ver com isso, que abençoe o Rio de Janeiro e suas praias... Fica assim.
- Mais tarde: ou um papo cibernético com a mulher que me disse "eu adoro novos desafios" ou o jogo do Corinthians contra o Santos que, ao que tudo indica, deve ser um jogão - seja lá o que ''jogão'' queira dizer. O fato é que hoje sai o campeão: ou no tempo regulamentar ou nos penaltis. Melhor assim: empates não serão aceitos.
14 de maio de 2011
fica assim:
Meu mi-mi-mi
Meu cré-cré-cré
Meu blá-blá-blá.
Tudo pra dizer
que boa mãe
é do cacete.
E porque
(cá entre nós)
sentimento de posse
em mãe
é um anjinho com asas
e, vale destacar,
AÚREOLA também.
12 de maio de 2011
Antes da Mega.
Falta ter musos, falta ter ídolos, falta puxar saco de gente sem queixo ou sem alma.
Falta gostar de todo mundo, engordar a ficha técnica com gente pop, escolher um autor que faça 100 anos de vida ou de morte em 2012.
Há que ser legal, há que ser generoso, há que se cumprimentar as pessoas após seus espetáculos chatos e indecifráveis.
Há que se manter um sorriso no rosto até que o estranho sorriso fique normal.
Há que se fazer reuniões em cafés, em cinemas cults, em livrarias que usam o ar condicionado como um simulador do clima Europeu.
É bom ter viajado muito, falar línguas desconhecidas e ter visto performances e happenings que jamais chegam à América do Sul.
Ser judeu pode pegar bem, mas ter uma mãe escritora ou um pai cartunista é ainda melhor.
Falta o interesse por astrologia, falta o network, falta a auto promoção nas redes sociais.
Mas o bom mesmo é ser rico,
muito rico,
e perceber que a Arte é a coqueluche dos exibicionistas.
11 de maio de 2011
sobre idéias*
*tudo o que se pensa e/ou imagina, com razões objetivas ou não; por influência ou não.
10 de maio de 2011
9 de maio de 2011
pensar durante o domingo.
- Meu afeto diz mais ou menos assim: - eu mastigaria os seus cabelos. E não vai aí nenhuma figura de linguagem. Mastigar cabelos é uma ação que fala por si. Seria assim: - Por que você sente atração por ele? / - Porque ele mastiga meus cabelos. Ou então: - Por que ela é bonita? / - Porque eu adoraria mastigar os cabelos dela.
- Hoje, quando acordei, reparei que havia em minha cueca aquele úmido que podemos chamar de pré-porra. O pré-porra é natural, mas nem sempre acontece. É como se o pau existisse para independente do corpo.... Como explicar? Difícil... mas a lógica é: como o pau não sabe falar, ele usa a pré-porra como meio de comunicação.
- A passagem do tempo não é boa nem ruim. O tempo passar não garante nada. É apenas parte da natureza. Em 10 anos pode tudo ter sido péssimo ou ótimo, tanto faz. Tempo não equivale à melhor ou pior. Tempo passa apenas. Querer que o tempo resolva coisas é burrice. Achar que a experiência de alguém com mais tempo no mundo é superior à de pessoas com menos tempo no mundo é como achar que o tempo, per si, melhora as coisas. Com isso, quero dizer: infelizmente não é o tempo que resolve as coisas, é você.
- O terrível sou eu mesmo e o prazer de julgar as malucas que existem ou não, que invento ou não. Malucas que me deixam de pau duro e pras quais toco as mais delirantes punhetas. É como um ensaio que não pensa na estréia.
- Meu adeus e meu até logo. Meu umbigo e eu mesmo: a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas mentiras e o mesmo jardim. É algo que chamo de DIVERSÃO.
7 de maio de 2011
- pensei em M ontem. E hoje vi uma tirinha do genial Laerte que deveria copiar e mandar pra M. Mas nosso "caso" é de outra ordem e antiquado. Porque, entre outros mofos, acreditamos em palavra no fio do bigode.
- Erasmão toca na minha rádio. Contra mim mesmo, afirmo: Marisa Monte sabe das coisas. Que Erasmão rock's e ela tava ligado sobre o que o Midane(?) falou: - Erasmo é o gênio da dupla.
- sou uma criança satisfeita. Implico com crianças como eu. É que intimidade em feeds de facebook me irritam. Meu limite, nesse sentido, é meu blogue. Inclusive confesso: sinto-me um bocado decente e ciber-vampirismo está na moda.
- Foder é necessário. Toda vez que saco 300 reais no banco cogito gastar com um puta. A merda é que 300 é pouco - não para a foda, mas para o mínimo de ternura que me garante uma boa ereção. Acho que com mais 200 resolvo a questão. Ternura, além da garantia de boa ereção, tem a ver com o que surge com a generosidade - financeira ou não.
- Filmes baixados no computador e a lembrança do caga-regra que me disse: - somos móveis. E isso é uma verdade cruel e fatal: - somos móveis. Que se vai e se volta. Que mudanças não quebram armários. E a gente vai levando - como a música que lembrei ao lembrar de M.
6 de maio de 2011
depois.
tudo está bem sem estar bem e isso é que importa. Que a vida não é legal ou perfeita. A vida é a vida e aí estamos. Que estar morto é, no mínimo, feio: o algodão nas narinas e a desagradável palidez.
então falamos. Choramingos dos bons e quem, além de nós mesmos, entende nossas dores? Por isso somos amigos. Choramingamos em dupla sem sequer saber que choramingos são. Tá tudo certo e assim que é.
Devo, por justiça, dizer: falei pra caralho. E gordo falando é uma beleza: a língua fofa, o risco de infartos e a falta de fôlego que entre corta as exclamações.
Então finalizo dizendo que meu mundo está mais organizado. O desabafo, ouvido ou falado, parece sempre ser eficiente. "Não teremos câncer", é uma piadinha que eu e/ou meu bom amigo acharíamos graça.
Ficam os planos, os delírios e a certeza de que jamais haverá acusação de contradição. Que só idiotas acham que contradição é errado. E eu e meu bom amigo, juro pela minha mãe mortinha, não somos idiotas - a despeito da aparência de O Gordo e O Magro que temos quando andamos lado à lado.
5 de maio de 2011
antes e depois.
vou ligar pro meu bom amigo e ouvir o que ele fala. Que ele fala pra caralho e eu sei. Mas a gente não se fala faz tempo e saudades, quando bem usada, é uma palavra linda.
Vou ouvir ele falar e ele é tipo carioca otimista: um inferno pra mim, curitibano cinza. Mas é por essas que tenho certeza quando o chamo de "amôr", sempre acentuando meu sotaque curitiboca enrustido.
Seja como for, estou animado e o puto que me aguarde. Que tenho mil coisas pra contar e ele que, depois de falar pra caralho, terá que me ouvir.
Nossa amizade não tem porquê e isso é o belo da coisa. Que "identificação" é coisa de idiota.
E disso, garanto, nós dois sabemos.
p.s. volto para o depois que sim sim, sou um nerd com blogue. (o nome disso é mea-culpa)
4 de maio de 2011
3 de maio de 2011
na pág. 23 de ACC
2 de maio de 2011
Benedito tenha dó.
Aquilo tinha sentido. Dançar ao invés de rezar. E a dança era uma reza.
Dava pra ver uns padres que não gostavam nada daquilo: cruzavam os braços, sorriam duros e, meio inconscientes, faziam gestos obscenos com as mãos.
-
Os cigarrinhos dos católicos, as cervejinhas dos católicos. Lembro do J. Fante falando sobre catolicismo e acho tudo legal, bem legal. Que católicos dizem 'pecadinho' e sabem que a carne é fraca. O cordeiro de Deus deixando a gente a morrer tranquilo. Que católico bom vive pra morrer bem - a vida aqui não importa, eles ensinam. O lance, eu entendi, é a Nossa Senhora da Boa Morte.
-
Nossa miséria brasileira dando lição pra todos eles. Que eles proíbem burca em local público e coisas do tipo. Que eles não entendem que tudo se mistura e tudo fica bem - e bem não é perfeito. E há batuques em igrejas, Nossa Senhora Pretinha e padres que, por trás do colarinho, têm um cordão de umbanda.
-
Então vou dançar enquanto me lembro da frase que acho ser do Nietzsche: "não acredito em um deus que não dance".
26 de abril de 2011
antes que.
A cabeça é uma pipa e está tudo certo. A vida besta me seduzindo com suas garras e a velha brincadeira de "eu não sou eu". E tudo está ótimo. E há paz e indiferença. Que sem indiferença, paz não haveria no encantado mundo de Fernandinho, eu mesmo, muito prazer.
Por ora ouço o Ramones e concluo que os Strokes são uma versão saxônica dos Los Hermanos. Ou seja: pode ser bom e/ou legal, mas nem tenho saco de ouvir. O desejo de ser sedado dos Ramones é mais fodão no mundo encantado de Fernandinho, eu mesmo. E também o "hey, ho, let's go" - que isso é sim tem o tal poder de síntese ufanado geralmente em coisas zen e blablablas orientais.
Daí que imponho minha rotina indo ao Coimbra. Levo meu livro e beberico entre uma ou outra olhada na TV. E na TV tinha esse Japa tarado por estatísticas que faz um jornal com curiosidades estatísticas nos jogos. E o Japa tarado disse que o ideograma Japa pra sorte também quer dizer felicidade. E pensei que acredito em sorte, mas não em felicidade. E agradeci muito, muito mesmo, por ser brasileiro e não japônes.
Descobri uma mulher histérica. Com "mulher histérica" quero dizer a histeria que o Freudinho explicou e que era bastante comum no fim do séc. XIX. Ou seja: é uma histeria clássica, dessas que vem da incapacidade de obter qualquer satisfação sexual. Algo que mudou muito de lá pra cá já que que a prática masturbatória perdeu o status de tabu. O caso da mulher histérica que descobri é bem raro: não é que falte a satisfação sexual real durante o ato sexual; é que a idéia de satisfação sexual é desconhecida - já que ela considera indecente (anti higiênico) uma mulher que mexe na própria buceta. Por exemplo: ela assume ter feito sexo anal, mas renega qualquer chance de tocar a própria buceta. Um mistério, no mundo de Fernandinho.
Eu não sou eu, a vida besta e nada importa. É a santíssima trindade do que posso chamar de felicidade. De forma que não confundir felicidade com sorte se torna fundamental. E além de Strokes e Ramones, tem o Chuck Berry que nos tira todas as dúvidas. A ausência de dúvidas poderia ser chamada de paz (como a morte que é a "paz eterna"), mas isso, agora, não vem ao caso.
18 de abril de 2011
Entendia o amor como perseguição.
Adorar, pela voz que usava, tinha a ver com dor, com sofrimento, com agonia. Devo confessar que eu gostava e me achava macho. Muito macho. "Macho é ela dizer que me adora com essa voz".
Inventei regras pro jogo. Disse de dor, de sofrimento e de agonia. Era um campo de pesquisa... falava as palavras e reparava como ela reagia. Como ela sempre ria e/ou gargalhava, eu achava que sabia onde estava indo.
Fui pra São Paulo sem avisar. A viagem mudou de repente e durou mais do que eu pensei. Telefonei de Curitiba. Tinha dor, sofrimento e agonia na voz. Quase gostei. Expliquei que ía ficar 2 dias fora, mas que tinham virado 6.
A voz veio com mágoa:
- Eu só adoro quem me persegue.
Ri porque a frase era boa e denotava humor. Errei. Errei feio. Era uma frase séria e que exigia respostas. Fiquei quieto.
- Quem me ama, me persegue, tá ligado?
Disse que ligava assim que estivesse no Rio. Mas ela nem riu nem gargalhou.
Disse:
- Até logo.
Ela disse:
- É.
16 de abril de 2011
a alegria suspeita.
ou raiva,
ou desprezo,
ou amor.
A merda é que foder é oscilar.
Em outra palavras: fode-se mais com outras coisas do que com essas três.
Eu sofria,
eu sofro.
Tinha raiva por força,
fodia por tédio
e dormia muito muito mal após a foda.
Mas dormia abraçado quando abraçar era o caso.
Era legal,
sou legal.
Contentei-me:
as pequenas fodas,
os orgasmos eufóricos,
o sexo oral como substituto da penetração:
sêmem desperdiçado em tetas ou bocas...
Lamentava,
lamentei e lamentaria.
#
Vieram as estrelas,
vieram os gritos,
vieram as velhas histórias sobre ser ou não ser feliz.
Adeus.
#
À merda a felicidade
e o otimismo dentro da gaveta
que só espera a abertura da gaveta.
À merda o entusiasmo de três noites
e os amores por doentes terminais.
#
Eu,
cá comigo,
acho
a
solidão
bem
decente.
declaração:
Eu gosto tanto de você,
mas tanto,
que se
você
morresse
agora,
eu
ia
te
amar
pra
sempre.
15 de abril de 2011
mmc -
minha raiva era discreta e eu tinha duas vantagens: saber sorrir e ser discreto. mostrava meus dentes e alisava minha pança. estava delirante e murmurava pra mim mesmo no mictório: o único afeto que quero é de quem vê minha peça, porque quem vê minha peça pode falar de mim, porque afeto é ver a minha peça porque me conhece. o xixi era um amarelo escuro e encorpado, sentia-me macho com aquele mijo. lembrava dos videos de "chuva dourada" na internet.
então eu voltava e virava mais um copinho. coisa de criança, eu pensei. beber, fuder, cheirar, fumar, falar palavrão... tudo coisa de criança. eu era uma criança estranha, minha mãe me disse. coisa de criança... quem entende? é como ontem: vi a moça e reparei no quanto seus olhos eram apáticos. ela exalava apatia, mas só eu notava. por isso estava só.
meus cigarrinhos se multiplicavam e eles são meus brinquedos. mesmo com tosse, mesmo com catarro. soltei minha última fumaçinha e me despedi educadamente. o ônibus chegou rápido e eu sentei na janela. olhei a orla e fechei os olhos pra sentir o vento que vinha. sorri e balançei a cabeça. coisa de criança.
14 de abril de 2011
12 de abril de 2011
11 de abril de 2011
Mil é nenhum - há urgência.
- Os dedos crispados. Aquele tesão que não sabia o que fazer e arranhava. Era coisa de criança, resposta de bicho: dois adolescentes que, repentinamente, descobrem o inferno que burramente se chama de orgasmo. Eram dois animais juntos fazendo o que os animais treinam separados. Orgasmo vinha com dor. Tesão era pavor. E amor era compartilhar essas loucuras.
- Nenhuma paciência para desentendimento. Que estou velho e gosto de quem me entende e de quem por mim é entendido. Distrair-se é legal, mas nem é o caso. Graças ao bom Deus inexistente eu não gosto de tensão sexual. E graças ao bom inimigo de Deus, o Diabo, eu desconfio de quem gosta de tensão sexual. É meu preconceito velho: quem valoriza a tensão tende a preferir a tensão. E, cá comigo e meus Lowens, a tensão deve ser esvaziada e não acumulada à ponto de nunca se esvaziar.
- Ver bundas me acalma. Se eu estivesse com a Branca e dissesse isso ela teria raiva e/ou ciúmes. E eu gostaria do ciúmes e/ou raiva dela. Porque a raiva/ciúme tinha sentido de ser e a recíproca seria a mesma. Porque ciúmes não precisa ter sentido ou porquê. É parte do lance do amar. Lembro quando Sônia teve ciúmes. Ela me disse que seu desejo era escrever com batom no meu computador. Nesse dia entendi que Sônia gostava da cena do ciúmes. Sônia não tinha ciúmes. Era o bafo do óbvio: a gente não se amava.
- Casais são terríveis e sofrem. Estar só é bem mais simples, garanto. Digo isso porque recebi um telefonema no qual mais um casal sente sua agonia de casamento. Porque estar só é mais fácil mesmo que mais triste. Confesso que gosto de telefonemas como esse: sinto-me útil, sinto-me preparado pra compartilhar dores que já senti. E isso é mesquinho e verdadeiro ao mesmo tempo... não sei explicar...
- Então dou meu tchauzinho. Porque terá gente em casa e devo ser útil. Há utilidade no mundo, mesmo sem sabermos qual é. Estar vivo é essa mumunha mesmo: um dia de cada vez. E seja lá o que for. Que venham os milagres, os grandes acontecimentos. Que o roer ossos é toda minha especialidade.
9 de abril de 2011
como tudo fosse a mesma coisa.
Tusso igual um filho da puta
e assôo do meu nariz
o que parecem litros de ranho.
E meus cigarrinhos ganham ares de vilão
quando abro um novo maço.
Mas baixo séries americanas
e preparo tortas de palmito no forno.
De modo que espero o fim da tosse,
do rânho e da torta.
8 de abril de 2011
Ver o oceano e se acalmar.
Lembro do pouso do avião no Santos Dumont. O Rio de Janeiro constrange a gente, é uma cidade linda, com morros, praias e uma gente folgada que é só aparência. O Rio é um lugar que deixa saudades. Não é Curitiba e todas as soluções, não é São Paulo e as mil oportunidades... É um lugar que índio, preto e português se misturam sem fazer da mistura uma virtude. -
E, por isso, amanhã vou ver oceano. E vou ficar triste e vou ficar feliz e vou achar que a vida é boa de maneira geral. Porque sou um otimista mesmo que não aparente, porque me acalmo vendo o oceano e porque, de vez em quando, uma música do Chico Buarque volta a me comover como me comovia quando eu tinhas 16 anos de idade. -
E penso: No meu pai e na minha mãe, o amor capengo que eles aceitaram. Na minha irmã e meu cunhado, um casal que tantas vezes parece adolescente. Na minha avó que se anima e divulga suas viagens. Nos atores e suas inseguranças eternas. E penso em mim: eu mesmo, muito prazer, a pessoa mais calma do planeta.
7 de abril de 2011
do ônibus.
( foi mais ou menos isso que eu ouvi. a idéia era essa. a primeira frase é uma reprodução exata. em outras palavras: diversão de nerd.)
O tesão é tipo uma criança triste, tá ligado? Se você dá atenção, te ama pra sempre. E, de repente, aquela criança esquece que era triste e que foi por ser triste que ela te amou. Daí ela vai continuar te amando pra caralho, mas vai achar que não é feliz. E pior: vai achar que tem que buscar a felicidade. E ela vai buscar a felicidade, ainda te amando e tudo e não vai achar. É quando chega a hora em que ela te culpa por ser infeliz... aí tu tá fudido. Todo dia uma cobrança, todo dia uma tristeza que agora é sua culpa. Então chega a hora de falar sério. Ela vai falar de insatisfação, de falta de liberdade, de como antes ela era feliz. Mas ela nunca foi feliz. Só que disso ela não se lembra e se você a lembrar, tá na merda. É a hora em que você vira o algoz, tá ligado? Porque todo mundo precisa de um algoz e porque foi você que teve tesão. Pinto duro vira ofensa, vontade de não fazer nada vira indiferença e a raiva vira culpa. Ela voltou a ser uma criança triste, mas se esqueceu que sempre foi uma criança triste... nessa hora... amigo... é melhor nem estar perto.
E é por isso que eu me separei, tá ligado?
6 de abril de 2011
Teatro Irresponsável.

5 de abril de 2011
É Tudo Sobre Mim e Minhas Mentiras.
Então assumo: o problema sou eu.
Eu me impressiono com a facilidade que garotas novas praticam sexo anal, com o sucesso dos cantores omissos, com a peça cult que ninguém entende, mas é super recomendada.
Então simplifico: o mundo é uma merda.
Eu gosto de ver a senhora que alimenta pombos, as crianças que brincam no corredor do meu prédio, o bêbado que conversa sozinho em sua anônima decadência.
Então deliro: há que se ter uma camêra para tudo filmar.
3 de abril de 2011
Fui Assim.
A tarde esteve abafada, amor. Lembrei de ti enquanto suava e quase te liguei, mas não liguei. É que eu sou durão, né? Como era domingo imaginei você acordando cedo e comprando Abacaxis. Daí me acordava pra minha irritação e dizia que conversou com o cara do caminhão e que, na verdade, é Ananás e não Abacaxis. E falaria que ficou conversando meia hora com ele e que ele é do Espirito Santo e que têm 3 filhos e que sua esposa tem muito ciúmes de quando ele pega a estrada.
Porque você adora falar, né mô? E porque você me irrita, mas eu te adoro.
Fiz, pra almoçar, aquele risoto que você adora. Sei que já tá achando que eu bebi cervejinhas antes do almoço, mas eu não bebi. Comi apenas um prato e muita salada.
Já sabe quando vem? Fiquei pensando que páscoa é muito legal e que vou esconder o seu ovo no prédio. Daí você terá que encontrar ele de noite e só de pijama. O que acha? Mas não pode ser pijama transparente... que sua bundinha é minha e só minha e nem comento sobre a peitaria porque sou elegante. rá.
Sabia que a mulher do André tá grávida? Eu falei com a tia dele e ela me disse que os dois tão super animados... Lembra que ele acha Robson um nome bonito? A mulher dele me disse aquele dia que odiava esse nome e que só não comentou nada porque ficou com vergonha de você... quando você tiver aqui a gente pode ir visitar eles, né?
Bem. Vou dizer beijinho, vou dizer até logo, vou dizer eu te amo e vou me deliciar com um pouco de risoto.
E seu concurso? Saiu a data? Bem que podia antecipar, né? Daí a gente brincava de casinha por 4 meses e você me falava mais sobre o cara do caminhão de Abacaxi que é Ananás e não Abacaxi... (hoje, as 10 e meia, ele já não tava lá...)
Beijos na boquinha que me chupa... rá... (e imagino você dizendo "ai, seu fernando") falamos falamos amo amo e PÉQUENTECABEÇAFRIA. Fê.