29 de julho de 2008

A.F.D.C - necessidades de uma punheta honesta.

(ESSE TEXTO É SOBRE UM PROCESSO DE CRIAÇÃO. MINHA PUNHETA FOI FAZER 3 COISAS AO MESMO TEMPO. CONSIDERO- ME BEM SUCEDIDO NESSA EMPREITADA MOMENTÂNEA. VAMOS QUE VAMOS E BLOGUE É PRA ISSO MESMO: PRA LAMBER O PRÓRPIO CU. MAIS NÃO DIGO.)

Não por nada, mas é que preciso desse tipo de coisa. Coisas pra serem resolvidas dentro da minha cabeça. Eu não me concentro pra pensar nelas, mas as deixo pairando. É uma estratégia. São pequenos demônios que flertam comigo. É como se eu criasse uma redoma onde, quase inesperado, o milagre pode surgir ou o dragão acordar, ou mesmo o anel espatifar em estilhaços finos e cortantes. Uma punheta que nem explico, mas que faz um sentido danado.
Então fico aqui como se eu pudesse descobrir algo. Leio meu livro, bebo minha cerveja e tento não ser eu mesmo. Eu mesmo não interessa agora, não AGORA. A cerveja gelada na goela, mais um cigarro na mão e bastante calma pra forjar que não estou esperando nada.
O arquivo está aberto e me seduz. Deixo ele lá, quero que ele se torne insuportável. Será melhor assim.
Tudo lento, bem lento. É melhor assim. Sinto a coisa se aproximando, o livro no fim, as possibilidades sendo trancadas. A liberdade só é possível em escolhas, as escolhas são quase sempre aleatórias, mas uma vez feita a escolha há que de se radicalizar. Sim sim sim, isso parece ter sentido. Não pense muito nisso, não agora, não AGORA. Sim sim sim. A insistência cria os sentidos. Devagar, gordo burro, devagar.
1° flerte com o arquivo e sai tudo em turbilhão. É merda conhecida e revirada. Imponho o prazer da coisa. A 1° impressão é a que fica. Minha cabeça é um martelo que repete: nesse momento todos devem gostar de tudo. Ui. Sexo com o tempo perfeito é a metáfora que parece ter sentido.
A coisa vai indo. Já escrevi 5 notas e rezo pra que a cerveja se multiplique. Sou grosso no telefone, mas apenas pelo motivo do 1° paragrafo. Ai que a coisa vai. Sigo que sigo. Tenho apenas que conseguir mais cervejas. Meu cérebro é um raio e posso chegar à algum lugar. Graças a Deus.
Bem calmo, bem calmo. Tenho que reestabelecer os contatos. Lentidão imposta e devo seguir. Embora a coisa exista o flerte ainda deve ser longo e irresistível. Loucura lenta criando sentido. Baixar a bola no próximo cigarro, sobreviver é um tipo de arte.
Sigo que sigo. Estoque refeito e vamos que vamos. Agora há música na casa verde.
Telefonema feito. E-mail enviado. Agora outro dia como esse pra um sossego completo. Reviro calmo em mim mesmo. Chapa no fogo e sanduiches a caminho. Minha garota me entende e o mundo é perfeito.
Sem declarações de amor que nem é esse o caso.