28 de julho de 2008

Photograph courtesy of the History Museum of Springfield-Greene County



Minha garota me avisa que vai pra sua Ioga.

- Eu também vou.

Descemos juntos.

Estamos nessa fase louca de grude sem fim. Difícil explicar isso. Logo eu, o idiota mais durão do oeste. Tudo certo, minha garota é gostosa e trepa como louca. Explico tudo. Sou um belo explicador.

Na calçada ela pega o ônibus e eu atravesso a rua. Maravilha. Diferenças pra um amor perfeito.

No bar os mesmos vermes de sempre. 1° cerveja e livro aberto. 2 venenos juntos, a cerveja e o Bukowski. Consumo os dois com bastante lentidão. A cerveja virando genialidade, o livrinho explicando os benefícios do álcool. Uh, vida boa.

Me concentro pra esquecer AFDC. Sou mais ou menos bem sucedido. As letrinhas do livro dando vontade de escrever. Aquela coisa que o velho diz de haver alguma chance.

Com o bar vazio peido à larga. É fácil inclinar o corpo quando se está com um livro na mão. Mundo bom, mundo bom. Peidos sonoros em lugar público é um tipo de glória.

Minha garota agora deve estar fazendo uma bela posição. Aula de ioga, sabe como é.

E lembro dela toda de preto com o corpinho de filet que ela tem. Toda miudinha ali, com a devida distância. Os mamilos que derretem na boca, a bundinha do século, a bela cara de criança assustada que ela faz quando berro. Jesus, tenho mais tesão por ela do que deveria. Essa vaca ainda me mata com sua buceta.

Em casa preparo toda a cena. Música de velho, copo cheio e uma bela cagada de porta aberta. Antes de dar a descarga reparo que minha merda tá preta demais. Até esboço uma preocupação, mas na 2° cerveja sou quase imortal.

Escreve, escreve e confere os números. Agora é ler mais um capítulo e esperar minha garota chegar. Combinamos dela me mandar uma mensagem pra que eu tome um banho. Melhor pra nós dois. Ela me disse que depois da ioga estará aberta e a filha da puta é gostosa pra caralho.

Sexo e pizza ou pizza e sexo. Tanto faz. Essa filha da puta ainda engole a minha alma.

Tiro as coisas da cama e confiro o horário. Uma aula de ioga deve durar pelo menos 3 cervejas. Certo, perfeito.

Tento me organizar: abrir a 3°, banho, abrir a janela pra tirar futum de cigarro, conferir descarga, panfleto de pizza em lugar acessível. Alguma música boa que ninguém é de ferro.

-

Tristemente reparo que a porra do papel higiênico acabou. Talvez peça pra ela trazer, mas há um q de ridículo nisso. Quero comer ela, afinal. E a preliminar não pode ser "traz papel, meu amor". Merda, o mundo é cheio de gracinhas. Raiva, raiva, raiva.




Ontem lembrei que esqueci até o seu rosto.

Não tenho saco. Vou coçar meu rabo com a ponta de unha que me resta. Eu poderia até fazer uma declaração de amor, mas minhas lembranças são fracas e limitadas.