13 de março de 2009

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De noite eu acordo suando e tossindo como um louco. O acesso me tira o sono e, durante o banho, me masturbo como uma maneira honesta de extravasar as revoltas diárias.
As revoltas diárias existem. São necessárias pra mim e brotam sem precisar de muitas explicações. Lembro apenas de todos que não sou eu e me revolto. A limitação e a tristeza (e mesmo a glória) é que somos só nós mesmos e disso a gente nunca foge.
Não tenho medo da vida, embora muitas vezes não faça ideia do que eu devo fazer. É que tem essa coisa ancestral e perturbadora que me martela. Porque um dia falaram sobre o trabalho que dignifica o homens. Porque, quando morei com a minha vó, notei que fazer é, muitas vezes, o único sentido da vida. E porque, ao mesmo tempo, tenho uma consciência má que me deixa claro que todos esse excesso de atividades é mais desespero do que paz.
É simples: quando não se tem pra onde ir, você pode ficar em casa ou ir pra vários lugares. As 2 opções apenas confirmam que você não tinha pra onde ir.
Não me acho arrogante, mas me acho vaidoso. A arrogância precisa de outros e a vaidade se basta no ato de lamber o próprio rabo. Por essas sou mais vaidoso que arrogante. Minha platéia é meu próprio delírio e o que eu vejo, apenas eu vejo, já que essa é a vaidade máxima que posso ter. Não me considero o dono da verdade, mas me adoro e até me amo - justamente por ter a pretensão de nunca participar dos chás e almoços com gente que nunca me interessou.
Organizo minha vida através de livros e filmes. Não vivo bem, mas essa pretensão eu, graças ao bom deus inexistente, eu nunca tive. Vivo como eu tenho vivido: reclamando um bocado, mas no fundo falando só sobre mim mesmo.
O nome desse blogue é mais sério do que imaginam as 5 cabeças tolas que acompanham o que eu escrevo.
Apesar das aparências imbecis, eu acredito realmente na doçura e na delicadeza. Acredito em relações que se estabelecem a partir disso e acho, acho mesmo, que tais relações devem ser conquistadas e preservadas. Nunca de um dia pro outro, nunca por um verão, mas por uma coisa lenta que faz com que, finalmente, você veja o que está além da casca.
Além da casca é tudo que importa. A sujeira tem cheiro e, portanto, é logo percebida. A sujeira se limpa e fica tudo claro e aparente. A sujeira sempre é circunstancial e apenas por isso o sujo não me choca.