15 de dezembro de 2010

óvulo e espermatozóide.

papai e mamãe se matam em doses homeopáticas. é estúpido e pouco eficiente. há que se morrer com elegância: um ato suicida, uma queda no banheiro, uma cãibra de riso que chegue ao cérebro.

os demônios existem e é um fato. as possibilidades são poucas: enfrenta-se o demônio com suas garras e sede de sangue ou ignora-se o demônio como se fosse um brinquedo quebrado. o dêmonio, enfrentado ou ignorado, continuará existindo. o que fazer com o demônio é, nesse caso, a grande questão.

deve-se também tomar cuidado com ameaças que não existem. culpar os outros por mal próprio é tão natural quanto estúpido. se sua vida é ruim, a culpa - se culpa há - é sua. e digo isso sem nenhuma alegria. (adoraria culpar o mundo e os que nele vivem por minhas desgraças. mas o mundo apenas existe e os outros, como nós mesmos, vivem como conseguem e podem).

de forma que dou meu recado: pra mim mesmo, pra atualizar o blogue e também para a família e amigos. a vida é uma tortura lenta e, segundo o marcelino freire, o tempo é longo demais e daí o problema. que se fosse mais curta a vida, as dúvidas e as dores seriam menores. como um namorico que durou três meses e nem chega a afetar a existência.
fica a dica e o desabafo indireto fica também.
o tempo urge e, infelizmente, não há culpados. somos nós, nós mesmos, e toda nossa agonia de ser humano que existe ao longo do Tempo.
os problemas e os inimigos sempre existirão. e, por sempre existirem, devem ser renovados. porque há muita confusão e falta de foco por parte de quem encara os próprios demônios.
via de regra eles são vermelhos, chifrudos e carregam tridentes. também costumam espetar quando você está no caldeirão do diabo.
mas, em defesa dos demônios, eu afirmo: eles são o que são e obedecem ordens que não controlam. a exitência dos demônios nunca impediu que as coisas sigam e surjam, em outras palavras.
há que se parar de viadagem, frescura, demônios, previdências privadas e sonhos de se aposentar a beira mar. como se todos velhinhos fossem felizes, como se demônios pudessem ser eliminados, como se dinheiro fosse o único problema e não apenas um dos problemas.
tenho blogue, escrevo livros rejeitados e faço teatro sem patrocínio. e meus velhinhos? o que andam fazendo?