24 de agosto de 2010

a moça do bar.

Esperança depositada no bebêzinho que morreu antes da hora. Os olhos bem abertos e o sorriso frouxo que aparenta sempre dizer adeus. A ternura é um laço no pescoço e as mãos, magras e frias, gostam de acariciar os vira latas. Ela não liga quando a gata prenhe que caça ratos no pé-sujo se roça em suas pernas.
Bebe sempre uma cerveja e dois velhos com limão. Toda noite, toda noite. Melhor do que os remédios pra dormir, ela disse.
Ontem mesmo ela me perguntou se eu tinha filhos. Foi quando falou do bebêzinho morto. Agora entendo porque ela tem aquele sorriso que sempre diz adeus.