25 de novembro de 2013

Há muito a ser dito. E isso é um diário público e me contenho. Sou do tipo que se contêm.
(Estou covarde há mais de uma semana e não acho nada bom. Mas é natural, eu sei. É normal, eu sei. Não gosto de estar covarde. Não vejo essa virtude benéfica da natureza. Sempre lembro da natureza sádica que esquecemos, mesmo assistindo discovery e coisas do tipo. Os leões que costumam torturar sua comida quando a disputa tá ganha, o clássico que é a baleia que ataca a foca nas pedras, os macacos em festa ao dar pauladas em um membro da comunidade que fez ou não fez algo.)
Então meus livros. E minhas pequenas obrigações. E a consciência do abatimento. E a besta alegria dos 30: esse desespero todo só faz sentido aos 20. E a re leitura lenta e fatal do Buk; ainda mais ao re encarar o diário do velho, apenas dois anos antes dele morrer. (Buk, velho bom, leu pouco ele quem não vê as profundidades que ele entende e escreve bem.) E mais um bigodon; e livro novo pra confirmar ideias antigas; e as pequenas coisas que agora urgem. Que vou fazer; que tenho que fazer; que são assim; masporrarqueporracomoaguentar.
Então as percepções íntimas e óbvias: covardia é medo; medo é rejeição; rejeição é falta de reconhecimento; reconhecimento é bobagem; a galinha que mais grita tem o ovo mais valoroso; a média gosta de cinismo; e por aí vai. (E o velho Buk conta sobre como é importante ser capaz de realizar as pequenas tarefas: ir ao correio, arrumar o carro, esperar a carona)
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Fica aqui.
Blogue - o delírio de 2013, a mais romântica das teimosias - A vida em voltas e viva e querendo mais vida do que a vida é.
Algo que só percebo agora: a ilusão da utilidade é o melhor freio de cavalo jamais inventado.
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Ah, as coceiras,
Ah, a Maria sumida,
Ah, a Isadora sumida,
Ah, as cartinhas que nunca mais brilharam no assunto das mensagens recebidas.
Ah.
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Visito blogues e penso: - que diabos.
Minha natureza culpa o facebook. Mas isso não importa. O que importa (e é estúpido e deve ser combatido) é que minha natureza culpa.
Esse tesão vulgar que é dizer pra si mesmo: não sou eu o responsável pelas minhas dores.
Tesão vulgar, mas tesão. Tesão pra caralho.
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As jogadinhas de escrever. As jogadinhas de reler o Bukowski e fazer conexões fantásticas e confirmar gostos e prazeres. E ter sagacidade.
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Ter sagacidade é uma ambição que me interessa.
Sagacidade, puta palavra.
Caralho, como será sagacidade em outras línguas.