15 de janeiro de 2011

De novo o inferno passeava pela cabeça.
As perguntas chatas:
- o que faço aqui?
- quem são essas pessoas?
- como se resiste?
- por que a solidão parece tão doce?
A mesa cheia, os rostos calmos e os momentos em que se esquece de si - a paz lenta até o estranhamento que diz: "você se esqueceu de si".
Então voltam as garras do inferno, o lar quentinho, o anonimato pleno que é estar em casa sozinho numa sexta feira à noite.
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(As paisagens do Win Wenders com aquela maldita camêra lenta. Tão bonito, tão bonito. Vejo aquilo e não entendo porque gosto, mas gosto. E é tão bonito e calmo e decente. E apenas vejo aquilo. Horas e horas de paisagens. Calma e decência. A vida mais ou menos regulada.)