17 de maio de 2011

mistureba.


  1. Meu benzinho tem olhos tristes, mas não me incomoda. Talvez o contrário, quem sabe. Dias desses vi uma foto velha do meu benzinho. Tinha 10 anos, não tinha peitos ou pêlos, mas os olhinhos tristes já estavam lá. Pensei se tesar em sua fotinha de criança era sintoma de pedofilia.

  2. Uns dois anos atrás. Era meio que uma festa. Na casa da colega dela, ela me dizia sobre o porta-treco que a colega tinha e que achava lindo. Quando chegamos em casa mostrei o porta-treco que eu havia roubado, mas ela não entendeu minha ternura e me chamou de "doente mental".

  3. Ele fez muitas contas. Era seu estilo. Nunca, jamais, cogitou pagar a conta sem dividir tudo certinho. E agora, mesmo com bastante dinheiro, continuava com as contas. Demorou, mas entendi: fazer contas é um prazer em si.

  4. Tem coisas que não se pergunta, mas eu perguntei: - você acha mesmo nosso sexo fantástico? Ela disse "tem coisas que não se pergunta" e eu disse "mesmo assim". A história é curta: nunca mais nos vimos.

  5. Sexo fantástico é exceção, eu concordo. Ao mesmo tempo não é algo que se diz sem se achar porque simplesmente não tem porquê. De modo, que cá comigo, concluo que ela realmente achou nosso sexo fantástico. Ou então é louca - o que, enfim, é bem possível.

  6. Lembro de quando começei a amar. Na minha cabeça era claro. Foi no dia em que lambi o ceú da sua boca. Ela, pelo que lembro, achava que já me amava antes. Mas isso não faz diferença. Como um diálogo que vi no House: - mas ele apenas acha que me ama. Ele não me ama de verdade. E o House, fodão como sempre, replicava: - e qual a diferença?

  7. "Pé na bunda" era uma expressão que ela sempre usava. Depois, bem depois, reparei que mulheres usam essa expressão muito mais do que homens. Pensei se tinha a ver com a velha guerra dos sexos ou se era apenas um recalque biológico. Não cheguei a nenhuma conclusão, mas volta e meia penso: - mulheres pensam de um modo muito estranho mesmo.

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