6 de julho de 2008

vontade de casar.

muito cigarro e um ódio tremendo por conta da fome.
sua mulher não para de falar e você deseja que ela escoe pelo ralo junto com o esmalte vermelho.
a mulher amada é sempre a mais terrível.
um sorriso exagerado que você gosta e implica,
uma confusão que não é sua, mas da qual você acaba participando.
histórias que você ouve com sofreguidão.
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e cheio de sacolas na rua vazia de horário de almoço de domingo
você descobre que, mesmo assim, você a ama.
ela de alguma maneira percebe sua irritação e lhe deixa em paz.
arruma a comida, não pede ajuda, diz fique à vontade...
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você se repete e senta pra escrever,
o cigarro na mão e as pernas cruzadas.
da cozinha uma voz calma lhe anima:
bayb, quando você quiser vamos comer.