26 de janeiro de 2014

Era uma gente elegante, bonita. Que falava do bem de um jeito generoso. Eram artistas de modo geral e consumiam os pensamentos elevados das páginas artísticas do facebook. Eram sorridentes, na maioria brancos e tinham essa habilidade de relativizar conceitos e ver arte em quase tudo e adorar, apenas após ter visto um filme, a M. Abromovic e sua coisa de mulher bonita e interessante em 1971.
Eles não eram bons e não eram maus; e a única coisa é que eu não os entendia e entendia ainda menos como eles conseguiam se levar tão à sério e serem tão profundos e sociáveis ao mesmo tempo.
Eles eram jovens, iam a praia, sorriam e tiravam fotos descoladas e artísticas em dispositivos da Apple. E eles sempre seriam assim. E não teriam muitas marcas no rosto em, digamos, 2034.