28 de março de 2013

s.r


  • repare nessa beleza toda. desconfie dessa beleza toda. repita baixinho: julgar é um tesão.
  • um casamento acaba novamente. e há muita satisfação em todos. os separados dizem que tentaram TUDO, os outros dizem EU JÁ SABIA. a satisfação em todos é profundamente suspeita.
  • defendo: os líderes são importantes. líderes devem continuar existindo. devem ter fetiche pela sua capacidade organizacional e não pelo poder. o poder, como simples fetiche, é um equívoco tremendo. 
  • minhas mensagens inspiradas o facebook apaga. Por que? prefiro pensar em deus. Deus sabe o que faz, eles dizem.

23 de março de 2013


  • há muito tesão na solidão. esquecem-se os bem acompanhados que trepam mal e metodicamente. 
  • criar desafios só vale se não levar à sério. é como lista de ano novo. Quem, sendo decente, cumpre sua lista impassível?
  • A felicidade como meta é atestado de burros. Só amigos/conhecidos burros dão valor a felicidade. Minha irmã, por exemplo, acha que a felicidade é uma obrigação. 
  • A vida não é boa. A vida não é ruim. A vida, infelizmente  tem menos importância do que gostaríamos. 
  • El bigodon, sempre fatal, diz mais ou menos assim: a vida só tem importância porque dura pouco e há muito a fazer. Tivéssemos a eternidade perderíamos menos tempo pensando na vida. 
  • Maldito tesão que é coceira nas partes. Queria mesmo é fazer amor. Brincar de morte, por assim dizer.
  • Volta e meia sonho com minha primeira namorada. É estúpido. Uma ideia de passado encantado, de fraquezas toleradas. Como se houvessem casais admiráveis hoje em dia.
  • A única coisa que me incomoda: o desânimo como se desânimo fosse inerente à vida.
  • Garanto: ser feliz é ser desanimado. 

19 de março de 2013

EXERCÍCIO PARA O CINISMO. (essa habilidade que me inibe)
p.s. é meu blogue e é tudo sobre mim.
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Na atual conjuntura temos três lideres. E os julgo como segue.

  • LÍDER 1: É simpático, mas fala demais ou fala mal. Tem carisma e pode ser o líder ignorante e carismático. Temos diversos modelos. Lula incluso. Aproxima muita gente e não se sente muito à vontade como líder. Tem que resolver isso e assumir-se líder: saber que ser líder implica em ser vidraça e ser pedra. Ser pedra, no caso do líder 1 - um agregador por natureza -, é o grande desafio.
  • LÍDER 2: É habilidoso e adora a posição de líder. Gosta de centralizar, de mediar, de estar alí como líder. É bem informado e leu os livros sobre liderança. É percebido como agregador e tem no discurso relativizante seu grande trunfo. Raramente se posiciona. Seu pendor à dúvida revela sua fraqueza: precisa que o reconheçam como líder para que, de fato, exerça sua liderança. Tem 2 grandes desafios: não ser tão dependente do efeito que sua imagem construída causa e usar suas informações como consequência (e não como causa). Seu erro é supor que suas informações não são vulgares e comuns.
  • LÍDER 3: Tem habilidade e carisma. É o mais predestinado. A liderança, em seu caso, parece natural. Ainda se debate sobre o quanto deva exercer sua liderança, o que é desperdício e revela sua crença em "a voz do povo é a voz de Deus". Caso seja menos moralista é capaz de assumir que Deus tem voz própria e mais eficiente que uma voz coletiva. Questiona-se por motivos errados e deve compreender plenamente (já o faz por instinto) que sua liderança é resultado da utilidade que impõe. O fato de ser útil tem que ser usado para que aprimore sua liderança e para que deixe a 'boa' moral democrática de lado. Sua utilidade torna legitima a pedra que sempre tem a mão nas horas certas. Deve para de frescuras e saber: suas pedras devem ser lançadas por que são úteis. Caso aprimore sua consciência de si e se imponha como útil-em-si, será o líder da eficiência que tão bem pode fazer para a evolução de seus liderados.

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Assim me posiciono:
3 em primeiro lugar. Sabe tudo, sabe que sabe tudo, mas teme saber que sabe tudo.
1 em segundo lugar. Estude mais e não queira ser tão agradável. Seu carisma sem força é apenas carisma - coisa que é espontânea e frágil, como são as coisas espontâneas.
2 em último lugar. Manipula e investe sua manipulação nos manipuláveis. É medíocre porque gosta da média e é eficiente apenas na média. Prefere 1000 homens à 10 grandes lutadores. Preocupa-se demais com si mesmo - o que, afinal, é perda de tempo.    

16 de março de 2013


  • o absurdo são os sorrisos. essa gente sorridente, esse branco nos dentes. os dentes todos. essa simpatia suspeita e essa beleza tão aceitável. prefiro ainda os feios, os desdentados, os muito gordos ou os muito magros. essa gente, que sem opção, só tem a inteligência como ferramenta de aceitação.
  • agora tenho um inimigo bem construído. ele é fácil de odiar. é estereotipado    sorri e fala com facilidade, é bonito, mas se compadece dos feios. meu inimigo é um jesus que não expulsa a chicotes ninguém. ele diz pra todos: vem! meu inimigo tem, contra ele, uma rima.
  • amigos perdidos. com consciência e afeto. pergunto a mim mesmo: é o caso de estabelecer alguma rotina para recriar um vínculo possível? minha dor: não é uma pergunta retórica.
  • não precisar é diferente de não querer. há muito erro aí. uma desculpa de confusão que agrada aos que sentem tesão pelo não saber. eu não sei um monte. e sofro. não saber é dor, não é prazer. só eu desconfio dessa gente que insiste que a dúvida é uma virtude?
  • tudo está em paz quando o entendimento é compartilhado. se todos dizem sim, o talvez é decente. não dá pra acreditar nos chatos: esses seres que querem ter prazer na hora errada. tipo ejaculação precoce: gozar cedo ou tarde é menos importante do que gozar melhor sozinho. o chato, esse profissional de calças largas, goza sozinho mesmo quando contribui para orgasmos múltiplos. 
  • minha inteligência é meu triunfo. e isso combinado a decência e tesão de criação conjunta. meu melhor sou eu com outros. eu só sou bom, mas não compensa. não nisso. no caso, esse teatro que tem sempre muita gente. tesão é gente junta sendo melhor do que normalmente se é. percebendo, sem racionalizações, que a vida é pouco e pode ser mais. inveta-se labirintos por tesão e não por desafios. o labirinto, meu amor, é só uma desculpa para aumentar a vida.
  • adeus e até logo. meu inimigo é bom e esse combate me interessa. sou discreto e não minto. isso não é virtude, é tática. vida afora meu caminho nunca teve reconhecimento. em arrogância lhes digo: nunca dependi da bondade alheia.  

7 de março de 2013

UMA ANEDOTA:
Repare no cretino.
Ele não informa, ele destila o seu conhecimento sobre a informação.
Por exemplo: o cretino sabe que dois mais dois é igual a quatro. Mas quando ele fala disso, ele explica:
"o um é a unidade mínima. o dois são duas unidades minimas somadas. por isso temos que duas unidades mínimas somadas com duas unidades mínimas somadas são quatro unidades mínimas. e assim chegamos ao quatro."
Quando o cretino explica, ele destila. E, se é inteligente, entende que seu campo de ação é impressionar idiotas. Ou seja: o cretino tem uma platéia sem muito senso crítico que não percebe que sua informação não precisava de tantos floreios. Os floreios, e a impressão que eles causam, é o lugar de excelência do cretino.
O cretino pode ser inteligente ou burro. Não é isso que está em jogo. O cretino é um hábil e sabe, como poucos, manipular suas informações. E, se é inteligente, tem consciência de que ao florear sua simples informação, ele a torna complexa e, portanto, aparentemente profunda.
O cretino turva as águas para fazer a poça parecer um rio.
UM TESÃO:
Reconhecer os cretinos. Reparar nos padrões que se repetem. A roupa do cretino, os olhos do cretino, a voz com pausas do cretino. (Pausas: essa farsa que o cretino usa para aparentar estar pensando. porque o não-cretino, se inteligente, pensa muito bem antes de falar)
Entender que, cedo ou tarde, o cretino será reconhecido como o cretino que é. Quer dizer: se ele se mantiver muito tempo com as mesmas pessoas, ele se tornará reconhecível. De modo que o cretino circula. Participar de tudo é um meio para aumentar seu campo de ação. Ele aparenta generosidade e sempre usa a primeira  pessoa do plural. O cretino não diz 'nós', diz ' a primeira pessoa do plural'.
VAIDADE:
Ter certeza de si, ser bem informado e calar diante de informações vaidosas que informam mal.
Algum pau na mesa.
E acreditar que a única virtude possível é não virar gado.  

3 de março de 2013

Os porres de domingo perderam sua importância. Acontece. E o tempo, essa puta vingativa, tem sua crueldade. Falo de mim como sempre. E como não? E me esforço para não falar mal do facebook, essa 'ferramenta' (palavra da moda, né?) que monopolizou a navegação.
Eu mesmo, algum prazer e os dentes doloridos. A cabeça cheia, o medo latente e um desprezo que, infelizmente, tem razão de ser.
Estou falando do mundo, essa puta abstrata.
Só é possível entender certas coisas se optarmos por acreditar que há gente má, VERDADEIRAMENTE má, no mundo.
A coluna do Merval Pereira hoje, por exemplo. Ele mente, está mentindo e, muito provavelmente, ele sabe que está mentindo. Se não soubesse não seria tão elaborado. E, mesmo sempre tendo achado o Merval Pereira, um tipo de jornalista Heliodora - no sentido em que sua fama vêm do fato de dar porrada ou ser severo -, fico admirado por ser tão deliberado assim. Inclusive misturando tudo para se colocar em um lugar que deseja: no caso do Merval, a Yaoni. (O título da coluna é "meu dia de Yaoni".)
Mas deixa pra lá. Ver absurdos não é virtude. Assim como cutucar ferida nunca foi mérito em si. Há muita ferida cutucada inutilmente - digo por mim e por outros.
Então isso: os amigos pras picas e uma tristeza que só fica bonita porque azeitada em álcool e nostalgias atávicas.
A certeza que o mundo está errado e o desespero de saber que é assim mesmo. El bigodon de um lado e o jornal do outro. O equilibrista bêbado que cai em todas apresentações.
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porre de domingo e uma nostalgia estúpida: a m. Bethânia era bonita e o p. da viola parecia ter alma (e também rosa-maria, essa mulher que chorava porque amores morriam)
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2 de março de 2013

comezinho.

EU PODERIA TE AMAR, MAS JAMAIS TE AMAREI. VOCÊ GOSTA DO CIRCO PELOS MOTIVOS ERRADOS E SOU ARROGANTE. SEU DESEJO DE LINGUAGEM É SEU DESEJO DE SER COMPREENDIDA POR NÃO FALAR CLARO, POR FALAR MAL. COMO UM VELHO ACADÊMICO QUE ACHA NOBRE O QUE NÃO É ENTENDIDO. VOCÊ ERRA ONDE DEVIA ACERTAR. O ERRO EU ACEITO. A FALTA DE MIRA TAMBÉM. O INACEITÁVEL É CONFUNDIR MIRA COM ERRO. OU PIOR: CULPAR O ALVO POR FALTA DE ACERTO.

1 de março de 2013

Um homem tem que fazer suas pequenas tarefas e aprender a apanhar com alguma elegância. Tem que entender que há muito urubu no caminho e que , portanto, um homem tem que ter certa arrogância. Desprezar os imbecis ou então ficar lamentando a imbecilidade alheia. Reconhecer o desejo de domínio e domar o devaneio de poder para viver em uma sociedade medíocre que insiste em uma igualdade que é tudo menos justa, tudo menos correta, tudo menos honesta.
É necessário ter saído na mão algumas vezes. Ter sentido gosto de sangue na boca e, de preferência, ter perdido um ou dois dentes em uma boa briga de homens. Como aqueles bichos que chifram um ao outro para júbilo da fêmea.