7 de abril de 2010

aquela beleza toda.

meus delírios são meus
Então existe um inferno onde é possível dormir. Torturas lentas e agonias profundas. Sem motivos para reclamar. O inferno às vezes é apenas o inferno. O desenho na parede é cheio de imagens e cores - como os azulejos do banheiro da casa da minha vó que formava rostos sinistros e íntimos.
O sangue também forma desenhos. Esparramado e facilmente confundido com sujeira por olhos mais desatentos. O sangue-ninho e colo. O sangue que esteve no primeiro e também no último dia. Coincidências infernais e delicadas, gracinhas do mundo e flores no asfalto.
O som começa a sair. Mais claro e mais próximo. Um som que quero conhecer e que é mais velho que o mundo. Um trovão que treme entre os lábios ainda fechados.