6 de maio de 2011

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Saudades

é a gente

rindo

porque não

tínhamos guarda-chuva.

depois.

(06 de maio às 00:44)

tudo está bem sem estar bem e isso é que importa. Que a vida não é legal ou perfeita. A vida é a vida e aí estamos. Que estar morto é, no mínimo, feio: o algodão nas narinas e a desagradável palidez.
então falamos. Choramingos dos bons e quem, além de nós mesmos, entende nossas dores? Por isso somos amigos. Choramingamos em dupla sem sequer saber que choramingos são. Tá tudo certo e assim que é.
Devo, por justiça, dizer: falei pra caralho. E gordo falando é uma beleza: a língua fofa, o risco de infartos e a falta de fôlego que entre corta as exclamações.
Então finalizo dizendo que meu mundo está mais organizado. O desabafo, ouvido ou falado, parece sempre ser eficiente. "Não teremos câncer", é uma piadinha que eu e/ou meu bom amigo acharíamos graça.
Ficam os planos, os delírios e a certeza de que jamais haverá acusação de contradição. Que só idiotas acham que contradição é errado. E eu e meu bom amigo, juro pela minha mãe mortinha, não somos idiotas - a despeito da aparência de O Gordo e O Magro que temos quando andamos lado à lado.