19 de setembro de 2011

sósim

A mão abana fraca. Não há despedida, não há adeus, não há prazer em conhecer. A mão está mais branca do que o normal e isso, a palidez, tem a ver com ausência de sangue nas extremidades do corpo. É patético e cientifico na mesma proporção. Porque agora é isso: todo adeus é até logo, todo sexo é amor, todo contato é rede e toda boa intenção vira um coletivo.
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Tinha a mocinha. Tesudinha. Assim: no diminutivo. Mas a mocinha é forte demais, bruta de mais e se não tem pau é por puro acaso. Gosto de mulherzinha. Essas que nem disputam quem está por cima no ato sexual. Mulherzinha porque tá fora de moda e me parece mais autêntico. Mulherzinha tipo passional. Que nada tem a ver com passividade, que nada diz respeito à gasta "mulher-moderna".
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A primavera tá aí. Tem a ver com esperança que é coisa bem decente - e comum - de se ter. O otimismo não precisa de fatos para ser real, é como Deus. A ideia, a crença, a possibilidade basta. Viver bem ou mal só é importante para os desocupados que acreditam em uma vida que é só morro acima. A vida não tem nada a ver com isso e nem deve ter. Há números que não dizem nada e conquistas que só satisfazem o cinismo. Mesmo cheio de inveja mantenho minha convicção - que é um jeito generoso de nomear minha teimosia. Ou então, como diz o bom Renatinho, teria que acreditar que o melhor filme da história é o Titanic, já que foi, até hoje, o filme mais premiado do Óscar.