22 de março de 2010

Olhos enormes para me afogar. Abismos imensos que me puxam. São coisas de outras épocas. Ancestrais. Mensagens repetidas por minha mãe. Fui educado assim. Preparado para abismos e labirintos. A insistência é a lição velada. A eternidade é a ambição do tempo.
Então percebo. Como um que vê os próprios olhos. Aqueço minhas mãos esfregando uma na outra. Tática antiga. Igual quando era pequeno e desenhava com fósforos. Ou então comia pasta de dente escondido. Parecia tão ousado. Era simples ser ousado. Se pensar bem ainda é simples ser ousado. Mas não é mais o caso. Não to escondido com a pasta de dente.