Eu não entendo o que eles falam, eu não entendo o que eles fazem, eu não entendo quando eles sorriem para mim como se eu entendesse. 
Então assumo: o problema sou eu. 
Eu me impressiono com a facilidade que garotas novas praticam sexo anal, com o sucesso dos cantores omissos, com a peça cult que ninguém entende, mas é super recomendada. 
Então simplifico: o mundo é uma merda. 
Eu gosto de ver a senhora que alimenta pombos, as crianças que brincam no corredor do meu prédio, o bêbado que conversa sozinho em sua anônima decadência. 
Então deliro: há que se ter uma camêra para tudo filmar.
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