21 de junho de 2010

O único calor verdadeiro e um prenúncio de morte no ar.

Queria entrar dentro de você pra tentar descobrir alguma paz. Sua santa buceta e meu pau sem borracha buscando compreender o que nunca foi dito. Nem me mexeria. Ficaria acoplado, em volto em suas carnes e fixaria meu olhar em seu rosto. Tentaria notar se existe algo de muito antigo em seus traços que só eu veria e que, portanto, seria apenas meu. Mulher ancestral e buceta-cova me arrancando do dia após dia e do conta-gotas fatal.
Dentro de você. Apenas o pau e a buceta. Os corpos pelados. E meu olhar fixo para enxergar o que ninguém nunca viu. Poderia morrer ali, dormir ali, dissolver ali e - quem sabe - por um tipo de mistério, ser sugado lá pra dentro e ver as ranhuras, o útero e as trompas. Perderia lentamente meu ar e veria o caixão se fechando, mas morreria calmo porque, finalmente, o impossível teria se materializado.