22 de novembro de 2011

'só falta de sorte.'

O amor era um detalhe e ela não existia, mas, mesmo assim, passeava pelas calçadas de Copacabana e repetia pra si que um dia amor havia existido.
Ao mesmo tempo em que chorava, achava a vida boa. Tinha estilo. Tinha um otimismo irritante. Tinha o único dedo que me fez fio-terra.
Amor é bom porque daí a gente trepa sem camisinha, eu aprendi ao assistir Sex and The City. E meu papo era bom e variado. Sabia tudo, ela achava. Deus abençoe a TV a cabo e os nossos pecadinhos.
Música, porre e piada barata. Eu conquistava mulheres como ela e ficava cada vez mais triste, cada vez mais gordo. Linda demais, livre demais, leve demais. Eu ria.
Ria e ria e ria. Ela concordava e eu era o amor pra sua vida.
Filhos, móveis retrô e café da manhã com mamão para os intestinos. (E se não falo sobre peidos reprimidos é porque sou discreto).
Veio o natal, veio o ano-novo e eu pensava em coisas erradas: caminhões, Argentina, Norte do Paraná e caronas que não levavam à lugar algum.
Adeus, coração - foi ela quem disse.
Peido preso e eu te amo também.
Até logo, até breve, até daqui a pouco e até nunca mais.