1 de março de 2011

Eu mesmo, muito prazer.

Fernandinho bate bife às dez da noite e calcula: muita cebola.
O celular agora é fonte de música: porque tem rádio MEC e porque a minúscula caixa de som lá é melhor do que a daqui. E isso prova que nada faz sentido.
Fernandinho fica de pinto duro vendo "Bruna Surfistinha" e lembra que teve um sonho erótico. Em pornografia internética prefere as milfs e as mons. Fernandinho reflete com ares profundos: preciso de buceta.
Fernandinho imagina-se com bastante dinheiro e chega a óbvia brilhante conlusão que teria putas semanais. Questão de conveniência e praticidade. 800 Reais em lazer constaria no orçamento.
Fernandinho tenta ler literatura contemporânea, mas não consegue e acaba lendo outras coisas.
Pensa que está estagnado no Rio de Janeiro e culpa o Rio de Janeiro. Fernandinho erra enquanto abre cds com fotos antigas nas quais era 20 kg menos gordo. Imagina-se mais feliz nas fotos: boa companhia e um RJ que nem tinha dois anos. Nessa época Fernandinho amava e era amado. Fernandinho sente saudades com facilidade e alegria.
Hoje mesmo espremeu uma espinha verde e enorme no próprio rosto. Durante o espremer soube que cometia um erro, mas persistiu. Fernandinho tem, agora, uma ferida em sua bochecha direita e lembra que a minancôra acabou.
Fernandinho quer desligar o rádio e o computador, mas não quer parecer antipático. Há sempre o risco de ser mal interpretado e Fernandinho não gosta de ser mal interpretado quando deseja ser bem interpretado ou nem interpretado ser.
Fernandinho fica sem palavras.
E se repete.
E deixa que o bom piano da rádio MEC seja o fim desse post.