15 de dezembro de 2013

Tão bonitinha e branquinha. Tipo princesa. Dessas que se pensa: poderia mordê-lá por alguns anos e ter um puta love story.
(E delírios de um mundo pós fb me fazem pensar: ela entenderia que um putalovestory não é pouco e que morder é uma intimidade imensa?)
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A ex amante lésbica da ex está magra. Peitos em minha direção - mulher alta é sempre gostoso abraçar. Tento falar e beber junto. Mas há sempre um remoer o passado, como se houvesse um passado em comum. Não há. Mistério.
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Esse tesão de ressaca. Como explicar? O pau meia bomba e um dia inteiro de preguiça. Deliro com mulheres calmas, carinhosas e gentis. Fantasio uma boa amiga para fazer sexo cheio de ternura. Imagino uma vida simples e corpos que se divertem sem as dificuldades, altos e baixos das relações. Lembro de como é prazeroso ver uma mulher passar creme no próprio corpo.
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A fauna de gente e a loucura alheia espreitada durante uma festa. 
01. Uma fala sobre o quanto o mundo é pior para a mulher. Sobre como homens tem sorte porque para homens é tudo mais simples. Fala das roupas, das dores de útero, da maquiagem e depilações. Invento uma anedota: digo que todo homem tem uma dor diária no saco. Que todos sabem disso. Ela diz que é mentira. Eu insisto, explico: uma vez por dia, 5 segundos no máx, mas todos os dias, o saco é frágil, sabia? Ela titubeia, dá risada, alguns amigos confirmam essa dor. Ela se intriga, pergunta pra um amigo dela que, sem saber, estraga o prazer da mentira.

02. Outra mais louca, culpando a droga que tinha tomado, diz sobre a revolução masculina. Tento entender do que se trata, mas não consigo. Tem a ver com usar saias, maquiagem, ser feminino. Falo que saia já rolou, canto Pepeu Gomes. Ela diz que não é isso. Que a revolução masculina é a revolução que falta, pois já teve a feminina. Não entendo porra nenhuma. Lembro, quase lógico, que ela me julga um porco machista. Começo a entender algo e penso o óbvio: esse papo é xarope pra dedéu.

03. O dono atende pelo sobrenome, pois é assim no mundo militar. PM, concluo. Diz que ali tá tudo certo, que a festa é boa e que ninguém incomoda ninguém. Os carros da polícia param, ficam no canto, (dois carros ali) alguma maconha no ar e pílulas que já foram ingeridas. Fico achando o mundo uma grande loucura mesmo que não tenha ingerido pilulas. Deliro. Penso na milícia, na complexidade da sociedade, nas coisas e tramoias que ocorrem em paralelo e simultâneas. Aquele vislumbre da frase de uma professora que era ótima professora.