4 de agosto de 2011

Júlia Não é da Família.

4 -


E foi isso. 3 dias geniais. Posso até dizer que me apaixonei. A Júlia foi a mulher da minha vida. Cheia de vitalidade e falante pra caralho. Uma coisa. Fodas sem fim e até café da manhã me trouxe na cama. Me disse, cheia de doçura: “- acredita que mesmo sendo dadeira (adoro essa palavra. Aprendi com o Caetano, sabia?) nunca tinha levado café na cama pra ninguém?”. Claro que não acreditei, mas que diferença faz? E depois que ela foi embora lembrei que tinha dito que sempre trepava em motel, pois ninguém que ela conhecia morava sozinho. Achei coerente. Acreditei nela: sou seu primeiro café na cama.

Júlia, Julinha, amiga irmã da minha prima preferida. Corpão absurdo e facilmente impressionável. Chegou até falar que, se viesse morar no Rio, ia me querer de vez quando. “Pode ser meu pau-amigo, né?” Descolada pacas, admito. Até fiquei com vergonha quando, em homenagem ao último dia, me ofereceu seu cuzinho. Descolada pacas. Será que minha prima é assim? Deus queira que não.

No último dia dela aqui era o dia da tal prova de resistência física. As provas eram sempre pela manhã. A Júlia voltava cedo, 14 no máximo. E, pra minha sorte, havia chuva e nenhuma chance de praia. Nesse último dia dei o melhor golpe da minha vida: comprei carne assada no bar e fiz arroz e salada. Requentei a carne assada com um tiquinho de rum e disse que eu que tinha feito em sua homenagem. Carne assada com rum importado nem pensar. Nem se fosse eu quem realmente tivesse feito carne assada. Mas colou e eu faturei seu cuzinho. Be-le-za, digo em sua homenagem.

A Julinha foi rápida. Descolada pacas, eu disse. Na hora de dormir se virou pro lado e lançou: não me encosta que eu não respondo por mim. Encostei e, bem, é como eu disse: Julinha a mulher da minha vida e quiçá minha futura buceta-amiga. 21 anos, meu Deus! Como pode? Quando contei pro Roberto ele achou que eu mentia. O Roberto, católico como eu, só acreditou quando jurei pela alma da minha mãe.

Minha prima me mandou um recado no Orkut: “Julinha te adorou, falou que você foi super gentil com ela. Brigadinha, primo”. Respondi: “que isso? conte comigo” e fiquei pensando se ela também é assim descolada. Deus queira que não.

- fim -