4 de março de 2010

Era nós e nos sentiamos bem.

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A saudades é discreta e a falação imensa. Sempre e sempre.
As esperanças são tão claras quanto as coincidências.
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Os milagres, a gente sabe, se escondem com as baratas na curva do balcão.
Eu sou o cara que procura baratas, que gosta ou não de um bar pela média numérica de baratas.
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Não sou esperto e nem quero ser. A esperteza, a habilidade, o saber quantas baratas devem ser mortas me soam, sempre e sempre, como o cálculo frio que antecede a surpresa.
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Não quero e não me interessa.
Invento liberdades.
Sou arrogante e sou livre.
Ou melhor: só sou livre quando sou arrogante.
É assim. E nem importa. E tanto faz.
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Prefiro eu mesmo e o que só eu noto.
Meu júbilo é nem notar que o cuspe pra cima caiu na minha cara.
Ser discreto tem disso: limpar o escarro sem ser notado.
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Prefiro o escândalo e o dêmonio. São coisas que cismo e se repetem. A soma das minhas sombras são eu mesmo, é o grito.
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Solidão é a saída pra trouxas e cismados.
Havia sol antes disso, mas quem acha que o sol se basta?
A bola de fogo pode até preservar a vida, mas caga pra vida.
A bola de fogo mantêm sua própia auto regulação.
É por isso que o sol é bonito e fatal: ele só se importa com ele mesmo.
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13 e 30. 12 e 90. Faço gracinhas, eu sei.
Minha matemática faz julgamentos apenas por erros de soma.
Meu charme são todos esses erros.