21 de novembro de 2010

Tesão por aí, né??

Todas as crianças me dizendo: como vai? como tá?
E sou educadinho e imagino que satisfação seria apontar a guria do bar e dizer: Tô comendo.
Igual a criança que fica satisfeita por ter o pai mais forte.
(Se isso existisse... se eu fosse criança... se as crianças fossem apenas fofas e nunca chatas... como se 'fofo(a)' fosse um adjetivo decente para adultos que já têm pêlos nas genitálias.)
De modo que confesso: orgulho mesmo era comer a Maiara. Não que ela seja a mais tesuda ou mais surpreendente. Apenas porque se a comesse sentiria esse orgulho de macho que aponta o dedo e a pica na mesma direção.
Maiara, meu amor. Você me dá? Fica de quatro apenas pra eu ver? Nem ligo pros seus ex e seus filhos.
Maiara de quatro, Maiara eu te amo.
Sou um tipo bem comum, afinal.
Idiota entre iditotas: nós dançamos forró, gostamos de sambinhas e preparamos feijoadas para o casal de amigos que nos visitam aos domingos.
Mentira.
Nós vivemos bem, não é benzinho?
E Maiara iria sorrir e dizer que é a mulher mais feliz do mundo.
Ela acreditaria nisso e eu também. A gente morreria juntos. Um ao lado do outro sem nunca querer saber como as coisas seriam se não tivessem sido como foram.
A paz. A paz dos idiotas satisfeitos. Desses que acreditam em destino, Deus e coisas do tipo.
Como se viver e nascer fosse o mesmo. Como se não houvesse opção.
E, ao morrer, a família estaria próxima e o céu seria uma imagem do céu do Chico Xavier.
Como se tudo fosse eterno, como se não vivêssemos no Tempo.
Como se o Tempo fosse uma idéia e não um fato.
Como se viver fosse apenas mais uma brincadeira.
Como crianças, afinal.