
Ao lhe ver cansada eu me comovo.
Sinto essa estranha atração por mulheres tristes. Mulheres que não me deram, que não me amaram, que não encostaram no meu pau,
mas que assim, quase sem saber, deixaram que eu percebesse algo que só eu seria capaz.
Minha antiga obsessão pela exclusividade. A mesma que ofereço e exijo.
E elas tem isso em comum. Essa tristeza dita e redita por vários; e que as feministas imbecis julgam ser apenas machismo. Feministas imbecis, eu disse.
E longe desse jogo de forças elas pairam. Lindas e tristes, como devem ser.
Um sorriso que se arranca por uma gracinha. Uma gargalhada infantil numa tarde inútil. O pecado super dimensionado num relato que se pretende muito intimo.
A beleza calma das mulheres tristes. Dessas que eu e todos tanto veneram.
Que entenderam que a guerra passou. Que a diferença entre homem e mulher é bonita e não repressora. Que pararam de achar que delicadeza é coisa de mulherzinha. Que lhe fazem uma sopa quente num dia frio sem achar que isso é um sacrifício pelo amor.
E depois de tudo há aquele sorriso sem pressa que não deseja sexo ou mesmo gratidão. Aquele sorriso simples e conhecido.
Que é o mesmo sorriso de quando você conserta o chuveiro.