11 de julho de 2010

Anti Cia de Teatro.


Há muita ternura no sentimento de posse. Há quem não entenda isso. Há quem ache que todo sentimento de posse é opressivo. Acho isso um jeito estranho de entender a liberdade. Como se só fosse livre aquele que não tem nada ou ninguém. Minha liberdade é escolher os meus e me dedicar à eles. Minha ternura se expressa assim. Gosto de julgar as pessoas para que elas se tornarem únicas. Desprezo, com toda a minha força, esse papo de que 'somos todos iguais'.

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As coisas são lentas e sinistras. Eu gosto. Eu em uma versão que topo.
Crianças dançam enquanto eu fico na cabine. Sou justo e generoso, na medida do possível.
Imagino bucetas de ouro e aperto botões cheios de incrível tecnologia. São milagres esses botões. Cada cor é uma coisa. Cores obedientes e submissas. Eu aperto, eu aperto.
Olho pra fora e desconfio de tudo. Somos simpáticos e dizemos parabéns! Lembro das minhas sobrinhas e resolvo dançar também. Sim-pa-tia.
Eu rio. Eu me divirto. Eu não acredito em nada do que eu vejo. Eu sou egoísta. Melhor: eu sou melhor quando eu sou egoísta. Eu sou cínico também. Eu disfarço.
Os dentes muitos brancos me lembram novas pastas de dentes.
Os olhos amarelos são problemas de fígado. Ou rins. Ou rins!