12 de agosto de 2008

Vitalidades.

Depois de ver 3 vezes
a merda da mulher amada
boiando na privada,
eu faço rima sem força
e digo:
só a merda
dela
é sagrada.
.
Um trôço
diferente do outro
e, no entanto,
todos 3,
me causam espanto.
.
E me pergunto,
ainda encabulado,
como posso sintir prazer
em lamber aquele rabo?
.
Têm perguntas que não têm resposta
e 1 delas é essa:
Como posso amar uma mulher
de quem já vi a bosta?
.
Pras coisas sem solução
repito o que sempre dizem:
quem vê cara
não vê
coração,
e o resto todo é tolice.
.

DOMINGOS OLIVEIRA.

Ele é um desses caras que me desafiam. Já falei mal dele na época em que comecei a fazer teatro. Nessa época eu falava mal de tudo, até do velho Stanislavski. Quando se começa a fazer teatro a gente é realmente muito bobo e acha que pode descobrir a pólvora.
Mas o ponto é o Domingos Oliveira que me chocou profundamente depois que vi Todas Mulheres do Mundo, um dos filmes que mais assisti em minha vida de idiota profissional. E na média nem sou um tipo que revê filmes...
Seja como for, ele é dono de um pensamento fodão que me choca. Porque geralmente me identifico com uma gente negativa e sem esperança e ele é o oposto disso. É articulado pra caralho e acha a vida um troço fantástico. É ótimo que ele tenha um blogue. É genial ser antagonizado por um cara desse, que faz suas coisas e segue fazendo e que continua e continua. É como se ele abrisse outras possibilidades prum chato como eu.
O blogue dele só melhora a cada dia.
E isso é bem previsível.

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Preciso apenas ler e me acalmar. Sentir a vida lenta agindo sobre mim. As vezes isso é tão difícil, tão difícil. Me pego pensando que não sou um tipo que nasceu para ter paz, e isso é um horror de se pensar porque eu queria uma vida plena e razoavelmente satisfeita. Mas sempre tem os chifres nos cavalos, os pêlos nos ovos, a repetição de si mesmo e de outras merdas velhas.