28 de junho de 2010

conto histórias.

Conto histórias.

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E também vejo o jogo Argentina X México no bar.

Torci pro México se aproximar no placar, mas não deu certo.

Ta lá o Maradona com seu carisma de bandido.

Ta lá eu, no bar, querendo que o México empate

para que haja mais jogo.

Sou uma criança e sou um romântico.

Quero o que não tenho

e privilegio o impossível.

Ponho minhas manguinhas de fora.

Eu mesmo,

muito prazer.

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Em casa, abro arquivos e reviso sonhos.

Sou uma criança que ouve CBN

e espera o Gikovates e suas soluções.

Como se fosse simples.

Como se fosse simples e possível.

Eu mesmo, muito prazer.

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Minha diversão sou eu mesmo e os meus.

Minha velha mania de separar o joio do trigo.

Eu pago meu preço

e troco alhos por cebolas.

Eu mesmo, de novo.

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Mas há a noite com lua cheia

e os gritinhos que se empolgam.

Eu trepo por aí,

pagando mais ou menos,

eu trepo por aí.

O discurso é que

alma e sexo

não se confundem facilmente.

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Eu me sinto bem.

Mesmo mentindo,

eu me sinto bem.

Em outras palavras: eu me defendo.

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Então faço de conta

e finjo que os prazos de agora

só precisam de definição no futuro.

Eu também jogo,

mesmo quando prefiro não jogar.

É o preço que se paga.

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Eu mesmo,

muito prazer.