31 de maio de 2011

Relato.

Uso pontos por simplificação. Até porque nem sempre há o que dizer e blogue, eu garanto, é coisa de bêbado solitário. E que fique claro que "bêbado solitário" é, no encantado mundo de fernandinho, uma figura bastante simpática.

Fica assim:



  • Tudo está bem, ainda que nada seja perfeito. Perfeição é uma ambição própria dos idiotas.



  • Adolescentes gostam de fazer escândalo e de chamar a atenção. Você pode negar atenção e ignorar o escândalo. Mas, particularmente, acho uma tática estúpida. Dê atenção para quem pede, nem que seja por condescendência. Generosidade não é o mérito da questão.



  • Dorme-se bem no frio . O peso dos cobertores moldam um sono que deve se parecer com a morte. Há elegância no frio também: garotas com saias e meia-calças grossas, por exemplo. De qualquer maneira, o frio faz você sair pouco de casa. E isso (em coerência interna) é um grande problema. Para dar um exemplo falo um nome: Flávio.



  • "A união faz a força" é um clichê que faz sentido. O que realmente te ameaça quando se está dentro de um grupo? Acho, e acho mesmo, que a NECESSIDADE de grupo é a pior forma de solidão. Mas acho, e acho mesmo, que pertencer à um grupo em momentos de crise é algo que faz toda diferença. Estou dizendo: nada nos ameaça porque somos nós e porque, assim sendo, somos fortes. Fortes porquê unidos e não o contrário.



  • Existe uma criança perdida que vocifera contra monstros invisíveis. É uma criança, mas, mesmo assim, é capaz de causar danos e dores. Essa criança precisa de uma mão que, inevitavelmente, morderá. Então deixo a dica: com a poeira baixada assuma a partenidade e ofereça sua mão às dentadas. Isso, e só isso, será a tal GENEROSIDADE.



  • Há um otimismo velado e discreto. Falo, como sempre, de mim. É porque, à distância, nota-se a estupidez alheia e se vibra por não ser estúpido. Estou falando uma coisa bíblica: "por seres assim, por não seres frio nem quente, por seres morno, eu te cuspirei da minha boca."



  • Era noite e a TV não era interessante. Meu pau ficou duro e olhei pra ele. Tentei entender a espontâniedade daquela pau-durecência, mas ela era o que era e não precisava de explicações. A verdade é que meu pau duro me incomodava. Não por nada, mas porque impedia o conforto do cobertor. Toquei a punheta mais estúpida da minha vida: o Jô Soares fazia suas piadinhas e eu gozava. O filho da puta do meu pau, mesmo depois de gozado, insistiu em ficar duro. Olhei novamente pra ele e reconheci sua autonomia. Fui dormir.



  • "Talvez daqui 2 anos" é a consciência que eu gosto de escutar. Porque, infelizmente, as coisas são lentas e a indecisão é parte da jogada de quem TEM que decidir alguma coisa. "Daqui 2 anos" é toda sabedoria que preciso para ter paz e para me contradizer em paz. Nada pior do que alguém que, após 1 mês de separação, afirma: estou ótimo, melhor resolução da minha vida. Então cutuco: sua maturidade não existe, é apenas um grito que diz: - eu não preciso de ninguém. Como se "não precisar de ninguém fosse uma dádiva". Cutuco com faca: ter alguém pra amar não é amar alguém.

Olá e Até Logo. É um problema e é um prazer. Que estando só bebo mais e como mais. Que com outros escrevo menos e cometo menos excessos. Então é isso: somos mornos e seremos cuspidos. Uma pena. Uma grande pena. (E que não me falem de caminho do meio).

23 de maio de 2011

(*)

O grito é desagradável
e pertubador.
Mas a sala está vazia
e, por isso, nenhum ouvido
será ferido.
É uma lei antiga:
cão que ladra, não morde,
mesmo que gire em torno de si mesmo
e tente morder o próprio rabo.

19 de maio de 2011

A Merda Estoura.

á muito tristeza no ar e muita coisa para se dizer. Por isso, e por ter alma, fico quieto e disfarço.
Não fico muito quieto e nem disfarço tanto. A culpa é do blogue, que tenho e alimento. Porque terapia tem formas variadas e porque, para minha tristeza e glória da realidade, apenas meia dúzia de gatos pingados lêem isso aqui.
Então, ao invés de levar galinha morta à encruzilhada, cago minhas regras em ordem numérica:



  1. O diabo existe e é bastante real. Mas há pessoas que precisam ir ao inferno e ver o caldeirão e o tridente para ter certeza de sua existência. O risco de descer ao inferno é claro: pode-se morrer queimado ou voltar vivo e tostado. Há quem viva melhor depois de torrar e há quem morra precocemente. A chance é a mesma e o erro é o de sempre: supor que o sofrimento (per si) melhora as pessoas.


  2. Minha tristeza não importa. E nem a de ninguém. Existem crianças que ainda não possuem os instrumentos mínimos para encarar a vida real. Tem um treco de psicologia que fala mais ou menos assim: "a infância deve ser um ensaio pra vida adulta. Por isso o abuso contras as crianças é tão prejudicial: elas ainda não estão preparadas para encarar os abusos que serão inevitáveis na vida adulta".


  3. Há um único foco: que não seja exigido de uma criança uma decisão que, mesmo no mundo adulto, é difícil e dolorosa. As crianças, de maneira geral, precisam de uma única coisa: estabilidade ao seu redor - uma vez que a vida interna de uma criança é uma montanha russa de sensações e sentimentos.


  4. Disfarçar a dor é inútil. Crianças percebem tudo porque são permeáveis. Elas precisam saber que, mesmo com dor, o mundo delas não vai desabar. Vale lembrar os contos de Fada e suas enormes desgraças. Nesses contos há um ensinamento: mesmo com toda a merda, há a chance de "felizes pra sempre." Em outras palavras: aprender que ''tudo passa" é um dos aprendizados da infância. Não é à toa que, muitas vezes, nos contos de Fada , há enormes lapsos de tempo. Exemplo fácil é a Cinderela que dorme 100 anos.


  5. (O tempo, quando o percebemos relativo, torna-se menos cruel. A dor da morte só é dor quando pensamos na eternidade imutável. Enquanto estamos vivos as coisas mudam pela ação do tempo. E o tempo, em si, não melhora ou piora nada. O tempo não é uma idéia abstrata, o tempo é real e age. O tempo passa e passando está e estará. Não se trata de viver o presente, mas de lembrar que a dita "linha do tempo" engloba o passado, o presente e o futuro. O que quero dizer é: resolver certas coisas demoram e devem demorar. Porque, enfim, resolver certas coisas não é de um dia pro outro).


  6. Os problemas existem. Há dois tipos de problemas: os que você acha que pode resolver e os que você não acha que resolverá. A decência mínima é atacar os problemas que você pode resolver. E, então, empenhar-se neles. Os problemas sem solução não devem ser esquecidos. Até o contrário.


  7. Problema sem solução é o que precisa ser encarado. Como quem vê o monstro e pensa "esse monstro não existe", mas, contra si mesmo, resolve encarar o monstro inexistente. Porque o monstro não precisa existir. O monstro torna-se real a partir do momento em que você o chama de monstro. Parodiando o bom Dr. House: saber que sim e achar que sim dá na mesma.


  8. Não acredito em Deus. E digo isso pra minha infelicidade. Espero que Deus exista e que minha morte seja uma transição e não um fim. Se tenho "esperança" é porque tenho convicção e porque, de fato e mesmo, acho que as coisas mudam. Estou falando sobre mim como sempre e, claro está, falar sobre mim é falar sobre os meus e sobre as coisas que podem mudar. Se as coisas não mudam, ou mudam menos do que gostaríamos, é porque as coisas são lentas e nosso tempo é curto.


  9. A gente sofre. E sofre porque o tempo existe. E o tempo - esse diabo com ou sem caldeirão - é um enigma que nôs desafia à o desafiar. (Quem em sã consciência nunca pensou que não resistiria e resistiu?).


  10. Por ora, concluo: façamos o que podemos; e desejemos que haja força para resolver o insolúvel. E desejar muito, a gente aprendeu com o budismo, é sofrer. Soframos então... é parte da jogada, eu digo... que seja. Em outras palavras: Amém.

17 de maio de 2011

mistureba.


  1. Meu benzinho tem olhos tristes, mas não me incomoda. Talvez o contrário, quem sabe. Dias desses vi uma foto velha do meu benzinho. Tinha 10 anos, não tinha peitos ou pêlos, mas os olhinhos tristes já estavam lá. Pensei se tesar em sua fotinha de criança era sintoma de pedofilia.

  2. Uns dois anos atrás. Era meio que uma festa. Na casa da colega dela, ela me dizia sobre o porta-treco que a colega tinha e que achava lindo. Quando chegamos em casa mostrei o porta-treco que eu havia roubado, mas ela não entendeu minha ternura e me chamou de "doente mental".

  3. Ele fez muitas contas. Era seu estilo. Nunca, jamais, cogitou pagar a conta sem dividir tudo certinho. E agora, mesmo com bastante dinheiro, continuava com as contas. Demorou, mas entendi: fazer contas é um prazer em si.

  4. Tem coisas que não se pergunta, mas eu perguntei: - você acha mesmo nosso sexo fantástico? Ela disse "tem coisas que não se pergunta" e eu disse "mesmo assim". A história é curta: nunca mais nos vimos.

  5. Sexo fantástico é exceção, eu concordo. Ao mesmo tempo não é algo que se diz sem se achar porque simplesmente não tem porquê. De modo, que cá comigo, concluo que ela realmente achou nosso sexo fantástico. Ou então é louca - o que, enfim, é bem possível.

  6. Lembro de quando começei a amar. Na minha cabeça era claro. Foi no dia em que lambi o ceú da sua boca. Ela, pelo que lembro, achava que já me amava antes. Mas isso não faz diferença. Como um diálogo que vi no House: - mas ele apenas acha que me ama. Ele não me ama de verdade. E o House, fodão como sempre, replicava: - e qual a diferença?

  7. "Pé na bunda" era uma expressão que ela sempre usava. Depois, bem depois, reparei que mulheres usam essa expressão muito mais do que homens. Pensei se tinha a ver com a velha guerra dos sexos ou se era apenas um recalque biológico. Não cheguei a nenhuma conclusão, mas volta e meia penso: - mulheres pensam de um modo muito estranho mesmo.

15 de maio de 2011

Pelo prazer.





  • Idas e vindas. É o mundo. Grande jogada isso de dizer "é o mundo". Eu rio mais do que deveria, é minha conclusão.




  • Sofrer e ralar são coisas que as mulheres admiram, eu aprendi. Ok, vocês ganharam: me chamem de machista, me chamem de idiota. Digam-me ao pé do ouvido: eu quero mui-ii-to trepar com você. Em outras palavras: homem entende a buceta aberta da mulher amada como uma demonstração de amor - mesmo que o "eu te alimento" ainda seja fatal.




  • Entre desabafos e confissões percebi o óbvio: quase nenhuma mulher suporta a cobrança de um homem que é menos rico do que ela. Mais ou menos assim: "Se eu te amo e te sustento, eu não preciso provar que te amo." Ou melhor: "Eu não tenho a obrigação de provar que eu te amo já que estou contigo e você é pobre."




  • Ganhar na Loto é um tesão. Não precisa ganhar, precisa jogar. E, então, com os números na mão, se faz os planos com a patroa. A patroa gastaria o dinheiro da Loto de um jeito estranho e divertido. Porque alí, na brincadeira de ''o que eu faria se eu fosse rico?'', ela te diz de sonhos consumistas jamais imaginados: plásticas, viagens ao Japão, personal treiner da Débora Secco... E você, quase inocente, pensando em comprar um bar que terá as melhores comidas de boteco do Rio de Janeiro.




  • Há uma boa amiga em crise com seu casamento. É normal e é decente: casamento em crise é quase o subtítulo do "estou casado". Seja como for, lhe fiz uma proposta bastante lógica. Eu disse: "Seja minha amante". Então expliquei: fosse ela minha amante as coisas seriam mais simples. Primeiro, ela me teria como cúmplice de suas queixas. E segundo, o mais importante, por ser minha amante, ela teria essa coisa chamada culpa. E culpa, a gente sabe, é bastante prática. Com a culpa ela seria mais generosa com seu marido e, por isso, seu casamento seria melhor. Então fica a dica: arranje uma culpa que exija reparação e viva melhor. Se na minha dica eu estava incluso é apenas porque garanto que seria o amante mais discreto do Sudeste Brasileiro.




  • Por incrível que pareça - e meu blogue tem umbigo no nome - falei muito pouco de mim. Informo, então: comerei um refogado de batata com carne moída e bacon acompanhado por um feijão carioquinha que nem fui eu que preparei. Havendo, inclusive, uma salada de tomates.




  • Digo "oiés" e sinto-me bem. É tão idiota quanto quando digo "ni" e sinto-me mal. E a merda, a merda toda, é essa: a vida, ela mesma. A vida é a porra dum empate. Isso mesmo: 0x0, 1x1, 2x2, etc. A coisa morna que será cuspida da boca de Deus (se não me engano) no Apocalipse de João. Que seja. É domingo à tarde e há sol depois de dias cinzas. O que fazer? Deus, que nem tem nada a ver com isso, que abençoe o Rio de Janeiro e suas praias... Fica assim.




  • Mais tarde: ou um papo cibernético com a mulher que me disse "eu adoro novos desafios" ou o jogo do Corinthians contra o Santos que, ao que tudo indica, deve ser um jogão - seja lá o que ''jogão'' queira dizer. O fato é que hoje sai o campeão: ou no tempo regulamentar ou nos penaltis. Melhor assim: empates não serão aceitos.

14 de maio de 2011

fica assim:



Meu mi-mi-mi

Meu cré-cré-cré
Meu blá-blá-blá.


Tudo pra dizer
que boa mãe
é do cacete.


E porque
(cá entre nós)
sentimento de posse
em mãe
é um anjinho com asas
e, vale destacar,
AÚREOLA também.

12 de maio de 2011

Antes da Mega.

Falta ser filho de alguém, amigo de alguém, apadrinhado de alguém.
Falta ter musos, falta ter ídolos, falta puxar saco de gente sem queixo ou sem alma.
Falta gostar de todo mundo, engordar a ficha técnica com gente pop, escolher um autor que faça 100 anos de vida ou de morte em 2012.
Há que ser legal, há que ser generoso, há que se cumprimentar as pessoas após seus espetáculos chatos e indecifráveis.
Há que se manter um sorriso no rosto até que o estranho sorriso fique normal.
Há que se fazer reuniões em cafés, em cinemas cults, em livrarias que usam o ar condicionado como um simulador do clima Europeu.
É bom ter viajado muito, falar línguas desconhecidas e ter visto performances e happenings que jamais chegam à América do Sul.
Ser judeu pode pegar bem, mas ter uma mãe escritora ou um pai cartunista é ainda melhor.
Falta o interesse por astrologia, falta o network, falta a auto promoção nas redes sociais.
Mas o bom mesmo é ser rico,
muito rico,
e perceber que a Arte é a coqueluche dos exibicionistas.

11 de maio de 2011

sobre idéias*

É como um fogo lento que rói a cabeça da gente. Vem vindo, acende e apaga, parece queimar, parece doer, mas nem queima nem dói e, em um dia de chuva, volta.



Os motivos são variados e amplos: a própria vida, os futuros empregos, os problemas na família ou a gúria que lhe deixou mais tesudo do que imaginaria. Tudo isso queima sem queimar e tudo, sempre e sempre, voltará em dias de chuva.



Há idéias que exigem ação e que, por isso, fazem você pensar em seu campo de ação: onde posso meter o bedelho com eficiência, quando fazer o retorno triunfal, com que números contar os humores produzidos por um pau duro...



Considero-me calmo e analítico. Vejo o mundo e faço contas: há pessoas pra quem tenho o que falar e que, muito provavelmente, eu ajudaria. Mas há o silêncio também - que é como uma capacidade de escutar, mas que não é só isso. É mais um esperar pra ter certeza.



Então mantenho minha discrição e olho, ao passar pelo aterro do Flamengo, o oceano. Que está lá e é estúpido. Porque o oceano, o mar e o verde-azul que colore as águas dos oceanos são estúpidos também.



E estupidez, nesse caso, é quase o sentido da vida.



*tudo o que se pensa e/ou imagina, com razões objetivas ou não; por influência ou não.

10 de maio de 2011

9 de maio de 2011

pensar durante o domingo.



  • Meu afeto diz mais ou menos assim: - eu mastigaria os seus cabelos. E não vai aí nenhuma figura de linguagem. Mastigar cabelos é uma ação que fala por si. Seria assim: - Por que você sente atração por ele? / - Porque ele mastiga meus cabelos. Ou então: - Por que ela é bonita? / - Porque eu adoraria mastigar os cabelos dela.


  • Hoje, quando acordei, reparei que havia em minha cueca aquele úmido que podemos chamar de pré-porra. O pré-porra é natural, mas nem sempre acontece. É como se o pau existisse para independente do corpo.... Como explicar? Difícil... mas a lógica é: como o pau não sabe falar, ele usa a pré-porra como meio de comunicação.


  • A passagem do tempo não é boa nem ruim. O tempo passar não garante nada. É apenas parte da natureza. Em 10 anos pode tudo ter sido péssimo ou ótimo, tanto faz. Tempo não equivale à melhor ou pior. Tempo passa apenas. Querer que o tempo resolva coisas é burrice. Achar que a experiência de alguém com mais tempo no mundo é superior à de pessoas com menos tempo no mundo é como achar que o tempo, per si, melhora as coisas. Com isso, quero dizer: infelizmente não é o tempo que resolve as coisas, é você.


  • O terrível sou eu mesmo e o prazer de julgar as malucas que existem ou não, que invento ou não. Malucas que me deixam de pau duro e pras quais toco as mais delirantes punhetas. É como um ensaio que não pensa na estréia.


  • Meu adeus e meu até logo. Meu umbigo e eu mesmo: a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas mentiras e o mesmo jardim. É algo que chamo de DIVERSÃO.

7 de maio de 2011




  1. pensei em M ontem. E hoje vi uma tirinha do genial Laerte que deveria copiar e mandar pra M. Mas nosso "caso" é de outra ordem e antiquado. Porque, entre outros mofos, acreditamos em palavra no fio do bigode.



  2. Erasmão toca na minha rádio. Contra mim mesmo, afirmo: Marisa Monte sabe das coisas. Que Erasmão rock's e ela tava ligado sobre o que o Midane(?) falou: - Erasmo é o gênio da dupla.



  3. sou uma criança satisfeita. Implico com crianças como eu. É que intimidade em feeds de facebook me irritam. Meu limite, nesse sentido, é meu blogue. Inclusive confesso: sinto-me um bocado decente e ciber-vampirismo está na moda.


  4. Foder é necessário. Toda vez que saco 300 reais no banco cogito gastar com um puta. A merda é que 300 é pouco - não para a foda, mas para o mínimo de ternura que me garante uma boa ereção. Acho que com mais 200 resolvo a questão. Ternura, além da garantia de boa ereção, tem a ver com o que surge com a generosidade - financeira ou não.


  5. Filmes baixados no computador e a lembrança do caga-regra que me disse: - somos móveis. E isso é uma verdade cruel e fatal: - somos móveis. Que se vai e se volta. Que mudanças não quebram armários. E a gente vai levando - como a música que lembrei ao lembrar de M.

6 de maio de 2011

*


Saudades

é a gente

rindo

porque não

tínhamos guarda-chuva.

depois.

(06 de maio às 00:44)

tudo está bem sem estar bem e isso é que importa. Que a vida não é legal ou perfeita. A vida é a vida e aí estamos. Que estar morto é, no mínimo, feio: o algodão nas narinas e a desagradável palidez.
então falamos. Choramingos dos bons e quem, além de nós mesmos, entende nossas dores? Por isso somos amigos. Choramingamos em dupla sem sequer saber que choramingos são. Tá tudo certo e assim que é.
Devo, por justiça, dizer: falei pra caralho. E gordo falando é uma beleza: a língua fofa, o risco de infartos e a falta de fôlego que entre corta as exclamações.
Então finalizo dizendo que meu mundo está mais organizado. O desabafo, ouvido ou falado, parece sempre ser eficiente. "Não teremos câncer", é uma piadinha que eu e/ou meu bom amigo acharíamos graça.
Ficam os planos, os delírios e a certeza de que jamais haverá acusação de contradição. Que só idiotas acham que contradição é errado. E eu e meu bom amigo, juro pela minha mãe mortinha, não somos idiotas - a despeito da aparência de O Gordo e O Magro que temos quando andamos lado à lado.

5 de maio de 2011

antes e depois.

Antes(20:31 em 03 de Maio).

vou ligar pro meu bom amigo e ouvir o que ele fala. Que ele fala pra caralho e eu sei. Mas a gente não se fala faz tempo e saudades, quando bem usada, é uma palavra linda.

Vou ouvir ele falar e ele é tipo carioca otimista: um inferno pra mim, curitibano cinza. Mas é por essas que tenho certeza quando o chamo de "amôr", sempre acentuando meu sotaque curitiboca enrustido.

Seja como for, estou animado e o puto que me aguarde. Que tenho mil coisas pra contar e ele que, depois de falar pra caralho, terá que me ouvir.

Nossa amizade não tem porquê e isso é o belo da coisa. Que "identificação" é coisa de idiota.

E disso, garanto, nós dois sabemos.

p.s. volto para o depois que sim sim, sou um nerd com blogue. (o nome disso é mea-culpa)

4 de maio de 2011


Dentro da sua cinta-liga

mora meu tesão mais discreto,

porque toco punhetas com fotos

e imagino mulheres de quatro.

3 de maio de 2011

na pág. 23 de ACC

É um peido fininho

e fedorento,

mas, ela me disse, não peida assim.

Que come fibras e,

toda manhã, dá colheradas

em seu iogurte activia.

Evita carnes, ela me disse também.

E seus peidos (isso ela não me disse)

devem ser como as brisas suaves

do outono no litoral Catarinense.

2 de maio de 2011

Benedito tenha dó.

Os pretos dançavam enquanto pensavam em Deus.
Aquilo tinha sentido. Dançar ao invés de rezar. E a dança era uma reza.
Dava pra ver uns padres que não gostavam nada daquilo: cruzavam os braços, sorriam duros e, meio inconscientes, faziam gestos obscenos com as mãos.
-
Os cigarrinhos dos católicos, as cervejinhas dos católicos. Lembro do J. Fante falando sobre catolicismo e acho tudo legal, bem legal. Que católicos dizem 'pecadinho' e sabem que a carne é fraca. O cordeiro de Deus deixando a gente a morrer tranquilo. Que católico bom vive pra morrer bem - a vida aqui não importa, eles ensinam. O lance, eu entendi, é a Nossa Senhora da Boa Morte.
-
Nossa miséria brasileira dando lição pra todos eles. Que eles proíbem burca em local público e coisas do tipo. Que eles não entendem que tudo se mistura e tudo fica bem - e bem não é perfeito. E há batuques em igrejas, Nossa Senhora Pretinha e padres que, por trás do colarinho, têm um cordão de umbanda.
-
Então vou dançar enquanto me lembro da frase que acho ser do Nietzsche: "não acredito em um deus que não dance".