4 de junho de 2010

Prazer, me chamo Fernando.

Esperar milagres e catar conchinhas. Eu mesmo, muito prazer.
Também tenho delírios de grandeza e acho a grande maioria da humanidade um equivoco sem tamanho.
Sim, arrogante eu sei. Tão arrogante que eu mesmo, prazer, me acuso de arrogante.
Seja como for, espero milagres. Assim: uma fêmea fatal que me pegue pra si. E também: emplacar minhas coisas pelo meu talento e não pela minha habilidade social.
Catar conchinhas é bem mais simples e prazeroso: escrevo livros, projeto peças, preencho editais e aos domingos e feriados bebo 2 cervejas antes do almoço ouvindo Zeca Pagodinho.
Então sou eu e repito com ares formais:

- muito prazer, me chamo Fernando. Tenho alguma consciência da minha chatice, mas, mesmo assim, me acho um cara suuuperrr legal, pois sei ouvir lamentos e acalmar desesperos alheios. Vejo fotos de mulheres nuas pra me distrair e sinto saudades de um monte de coisas que aconteceram. Não acredito em felicidade como objetivo de vida, mas acho possível descobrir alguma paz e algum jeito de se viver bem. Não gosto de todo mundo, mas gosto muito de alguns. Sou desconfiado e sinto raiva quando acho que perdi tempo com idiotas. Antes de dormir costumo ler e mexer no meu saco. Às vezes sento diante da janela fumando um cigarro e olho a lua enquanto penso na puta vida. Gosto da lua, mas não gosto de quem fala você já viu a lua hoje, cara?. Tenho um bocado de preconceitos. Principalmente quando ouço: ecologia, qualidade de vida, consciência ambiental, faça a sua parte, quero ser feliz, sou muiiito livre, não sinto culpa, não me arrependo de nada e etcs. Sou chato, eu repito. Mas, contra mim mesmo, acredito em milagres e delírios de grandezas - como acabei de escrever numa cartinha.
Ah...tem isso também: eu falo cartinhas.

Como coelhos.

Dizer eu te amo e dizer até logo. O lance é um verão, uma estação. No máximo um inverno, mas bem... inverno compromete demais, cria intimidades que devem ser evitadas. Dormir de conchinha pode ser uma ofensa, a gente sabe.
O lance é resistência e dureza. Talvez sarcasmo possa pegar bem. As sacadinhas em forma de suposta ironia sutil e a velha jogada de demonstrar desprezo como uma manifestação de inteligência.
Dar para idiotas a faz parecer uma mulher muito livre. Comer imbecis o deixam muito macho e viril. Pica dura, buceta semi-úmida e borrachinha politicamente correta. Jovens conscientes e fortes, engajados na luta ambiental e zelosos pelo declínio das tribos indígenas.
É um espetáculo fascinante: luzes e drogas sintéticas. Para dançar basta subir e descer - apenas usando os joelhos...