13 de abril de 2014

aqui eu. é domingo. há solidão. física. solidão física. ataco romeu e julieta. re-leio depois, acho, de mais de 10 anos. will é foda. teatro é foda. vontade de fazer teatro. fazer teatro é muito, muito tesudo. é difícil explicar, mas tem umas coisas que acontecem durante os ensaios. é algo que nos perturba, que faz a gente pensar em pra sempre e coisas do tipo. a merda é que o tesão é tão grande que faz a gente tratar tesões menores como tesões inferiores. e isso, de julgar o tesão menor como inferior, é um erro; e também uma confusão pr'àqueles que fazem teatro.
então isso. confusão dos infernos. tem consolo, claro que tem. o consolo é assim: a vida pode ser enorme e tesuda; se ela não é assim, é uma pena; saber que a vida pode ser enorme e tesuda, na minha opinião, é melhor do que não saber que a vida pode ser enorme e tesuda. gosto de saber disso. prefiro que seja assim.
se a minha vida não for enorme e tesuda, não vou dizer que a vida não é enorme e tesuda, vou dizer que a minha vida não foi enorme e tesuda.
usar o blogue como nuvem e escrever porque tem prazer e porque sempre há àquela loucura de pensar 'agora vai'. e no meio disso o melhor presente já ganho: o disco do aldir blanc cantando. uma coisa linda, uma das tristezas mais bonitas já gravadas em nome de disco. (não ligo pra lp's, ligasse e houvesse, seria meu primeiro lp).
Me ama, coração.
Diz que pensou muito bem e que seu atual marido é um imbecil.
Fala mal dele pra mim. Me conta que seu pau é torto do jeito errado e que quer fazer uma loucura.
Diz que desistiu dos filhos, da família e do emprego público. Fala que tem que fazer uma coisa e pergunta se pode se esconder no meu aparteamento por no máximo 14 dias.
Faça a ressalva: "não sei se treparemos de novo, entende? não gostaria de ter a obrigação de treparmos apenas por estar aí, sabe? Seria bem desagradável trepar sem vontade, né?"
Ressalva feita, eu digo sim e comento: "que mal pode surgir de apenas 14 dias?"
Daí a gente se casa. Vende a merda toda e muda prum palacete no cu do mundo.
Ou a gente diz legal e diz adeus. E nem liga que isso ou aquilo tenha dado errado.
Sabe, coração:
o que não dá mesmo é pra achar que esse tédio é normal.