6 de junho de 2011

Expremo limão no gim e vislumbro grandes possibilidades. Estou falando de sonhos, de desejos realizados, de generosidade do mundo.

(Queria pôr no Facebook o Rebento com o G. Gil cantando, mas só tinha uma versão da E. Regina - que, a gente sabe, canta como ninguém. Mas nessa música - e em algumas outras também - ela canta como quem precisa provar que é uma grande cantora. Coisa que ninguém questiona além dela mesma.)

E, na procura, passei pelo Realce: música pérola-manifesto contra o marasmo comedido das manifestações artísticas. E lembro do Zé Celso dizendo sobre a nomeação do G. Gil como ministro: " - a melhor coisa que ele faz pra Cultura Brasileira são suas músicas". E o Zé tinha razão. E Rebento e Realce tem a ver com isso.

E, inevitável, lembro que sou solidário aos que não gostam do C. Buarque como escritor. Porque, tirando as peças, os dois livros dele que li (Fazenda Modelo e Benjamim) são chatices presunçosas e afetadas que, cá comigo, "só" ( e as aspas desse só são honestas) foram publicadas porque ele é o Chico, aquele mesmo, que tem músicas fodas e que, mesmo sem querer, balbuciamos desde que nascemos. Chico Buarque, o das músicas, é um gênio.

E, como era de se esperar, vou falar do C. Veloso. Porque ele é ótimo e tem músicas absurdas e belíssimas - como a Tropicália e suas rimas e misturas verdadeiramentes modernas ou Muito Romântico, onde ele parece explicar seu gosto por falsetes e também sua ambiguidade sexual que, mesmo legítima, às vezes aparenta ser apenas uma jogada de artista que usufrui da Pop-Arte. E ele agora tem, além do banquinho e do violão (em outras palavras: a MPB mais pobre do mundo), uma Maria Gadú à tira colo - coisa que não entendo e nem quero. Porque, sejamos francos, M. Gadú é chato e velho. Imagine um Zumbi simpático e eis que surge a M. Gadú em cinema 3D.

De forma que encerro por aqui. Pode não parecer, mas estou sendo otimista como M. R. Paiva é. Estou falando algo antigo e repetido: o jôio e o trigo devem ser separados. Não porque haja o melhor e o pior, mas porque temos escolha e Deus, que nem precisa existir, nos deu uma árvore proibida como opção. E a gente optou. E assim seguimos.