5 de maio de 2014

À benção, sr.Crumb. (s.r.)

Eu mesmo. Como não? Dentes fortes e inteligência tinindo. Não vale pensar coisas vagas como 'quem é ele agora'. Ele, eu sou. Eu mesmo. Não acredite em gente que vira outro (a). Que muda muito, que muda demais. Eu mesmo. Ego forte quando pode e consegue. Variando. Dias cinzas e calmos também. Sem bobagens como alegria ou tristeza. Eu mesmo. E espio frestas e tento lembrar do passado sem mentir muito pra mim mesmo. Você linda, de quatro; ou então louca e desagradável, descontrolada por barulhos de obras ou do vizinho. Lembrar do passado sem cair na armadilha de achar que todas as lembranças são reais. É duro, duríssimo. Há vezes em que esqueço e cogito que casar e constituir família é a grande sacada. Ó que louco. Imaginar que correntes e bolas de ferro podem libertar. Ó que louco. Acreditar em libertação, coisas do tipo. A mesma estupidez dos que cogitam a liberdade como bem em si, como coisa, como virtude, como ambição de fortes. Liberdade, meu amor, você é da ordem do pensamento humano, demasiado humano. Não é pouco. O contrário.
Eu mesmo. 32 anos. Certeza que não se vitimizar é um esforço diário. Ver os olhos que me vêem, ouvir o que dizem os olhos que me vêem; entender que os olhos que me vêem, querem mesmo é falar. Como se falar fosse necessário ou importante. A ideia gasta dos espíritos fracos que insistem que TODA opinião é importante (ou válida). Não, não é. Não é mesmo.
Então eu. E meus dentes fortes. E o pau que faz de conta ter olhos e mirar. Opaumeutãobemvalorizadoporfêmeastãogenerosas. Tão generosas as fêmeas, de modo geral. Tão mais fácil ser macho. Mundo de incertezas: grelos falantes e tristes prepúcios, título de novela infanto juvenil à ser lançada sem sucesso no mercado editorial. As piadinhas que só eu acho graça, como um dom quixote que nem se importa com as frustrações e o mau humor engraçado de seu servil sancho.
A alegria de ter um cérebro que entra em livros, filmes e papos de bar. Eu mesmo. 32 anos e essa coisa teimosa e arrogante: Ah, Fernandinho, bem melhor ser você que qualquer outro ser que conheça. Meus dentes fortes, meu cérebro tinindo e leitura do Crumb.
Bundas, bundas vastas, somos todos pervertidos sexuais.