12 de maio de 2011

Antes da Mega.

Falta ser filho de alguém, amigo de alguém, apadrinhado de alguém.
Falta ter musos, falta ter ídolos, falta puxar saco de gente sem queixo ou sem alma.
Falta gostar de todo mundo, engordar a ficha técnica com gente pop, escolher um autor que faça 100 anos de vida ou de morte em 2012.
Há que ser legal, há que ser generoso, há que se cumprimentar as pessoas após seus espetáculos chatos e indecifráveis.
Há que se manter um sorriso no rosto até que o estranho sorriso fique normal.
Há que se fazer reuniões em cafés, em cinemas cults, em livrarias que usam o ar condicionado como um simulador do clima Europeu.
É bom ter viajado muito, falar línguas desconhecidas e ter visto performances e happenings que jamais chegam à América do Sul.
Ser judeu pode pegar bem, mas ter uma mãe escritora ou um pai cartunista é ainda melhor.
Falta o interesse por astrologia, falta o network, falta a auto promoção nas redes sociais.
Mas o bom mesmo é ser rico,
muito rico,
e perceber que a Arte é a coqueluche dos exibicionistas.