1 de outubro de 2009

Era bom estar ali
vendo àquelas
pessoas que se balançavam
e dançavam.
Elas estavam satisfeitas
e sorriam
de maneira simples
e sincera.
Bastavam-se em suas danças
e isso me parecia um milagre.
Elas estavam felizes e eu também.
A gente era um grupo,
uma turma,
uma galera que se conhecia
e dançava as vezes.
Era bom e simples.
Ninguém pensava no melhor dia,
na melhor foda,
no mais terrível amor
ou no dia mais triste de toda essa louca vidinha.
A gente dançava apenas,
éramos felizes porque não pensávamos em nada.
Só dança, só cervejinha, só vulgaridade despretensiosa.
Era muito bom
e não sabíamos nada de nada.
Só danças e cervejinhas,
a ciranda mais simples
dos mais primitivos macacos.
Em outras palavras:
a graça Divina
numa festinha
entre conhecidos
que conseguiam
não pensar em nada
ao mesmo tempo.
A felicidade do lado
e uma caixinha de ternura
pronta pra ser sacada.
Sem pressa,
sem saber,
sem anunciar sua chegada.
Um dia bom
pra uma vida besta,
a existência tranquila
dos sonhos possíveis.