12 de outubro de 2008

N. R

Aquela putinha de olhos arregalados no meio do bar.

Ela tem um tipo de charme estranho e eficiente. Talvez seja a música, talvez seja o álcool, talvez o fato dela olhar pra mim achando que a acho incrível. Tanto faz. Cocaína sempre fez bem, o problema é o vício e a inevitável decadência.
Mas voltando a putinha.
Ela tem aquela vulgaridade que essas mulheres ditas moderninhas querem ter, mas não têm. Não por nada, mas porque ela não tenta ser vulgar. Ela é vulgar, ela tenta ser charmosa, mas é vulgar. É algo maior do que ela. Não é uma escolha ou uma opção intelectual. Ela é. E como toda pessoa que é, ela nem sabe disso.
Com toda a certeza ela se ofenderia caso eu dissesse que ela tem a vulgaridade mais encantadora que já vi. É óbvio e quase palpável. Apesar de putinha, ela é uma mulher honesta e coerente. Ela não faz aquilo que ela inventou/descobriu ser legal. Ela é o que é. E isso é merda velha, mas nem tanto.
Seja como for, sempre sorrio quando lembro do esforço sobre humano da minha ex amante-educadora pra parecer puta: a cor vermelha nas unhas e calcinhas, uma boquinha tesa e a idéia idiota de que uma puta gosta de ser puta.
O óbvio ululante revirando o caixão de Madame Classy.