5 de setembro de 2011

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A diversão é variada e estúpida. Eu me divirto de maneira geral. Há dias, inclusive, em que troco punhetas por vídeos verdadeiramente importantes que falam sobre teatro e sociedade.
Mas, agora, é assim:
  • O tesão passeia na minha cabeça. "Coisa de sêmem acumulado", diria meu amigo. Sonhei com uma desconhecida que, por dois erros, é minha amiga de Facebook. E era bem real e tesudo. "Detalhes tão pequenos de nós dois" e coisas do tipo.
  • A merda do tesão involuntário. Sonhei que contratava uma prostituta. E ela era boa pra mim e surpreendetemente generosa. Masturbava-me até que resolvia me dar. Eu dizia: não foi esse o combinado. Ela dizia: não importa, eu não vou cobrar mais. E vestia a maldita borracha em meu pau e dizia com uma calma que é muito rara em mulher: é que eu gostei de você. Ainda no sonho, durante a foda em si, eu temia: vou me apaixonar por uma puta... tô fudido.
  • Baixo um disco de desconhecido. É sobre amor, o disco. O amor está na moda. Como explicar? O amor virou um fenômeno pop. E isso é uma pena. É que amor não tem a ver com felicidade ou mundo perfeito. E o amor, esse da moda, tem esse registro. Esquecem que os crimes passionais ainda são os crimes mais cometidos e que amor tem mais a ver com loucura e excessos do que com um paraíso no qual as pessoas brincam com leões sem nunca serem devoradas.
  • Queria ter sentido tesão. Queria ter sentido tesão a ponto de dizer "vamos trepar, bayb". Mas não e nem. Uma pena. Essa ilusão que o tesão é espontâneo a limitar nossas fodas potenciais. Estou falando de praticidade e de sexo sem afeto. Foder, às vezes, é pura conveniência. Inevitável, né? Uma pena, né?
  • Eu e o mundo os velhos inimigos. Tenho me esforçado. Sorrio mais, minto mais e descubro que o mundo é menos exigente do que eu supunha. Aos meus amigos digo que tem a ver com o meu último aniversário. Mas gosto mesmo é de imaginar um duelo de faoreste: os passos contados, a virada e a precisão em sacar a pistola na hora exata.
  • Pensei em dizer, mas não disse: só não me apaixono por ela porque me controlo e porque só nos relacionamos virtualmente. E seria sincero e seria idiota como toda sinceridade. De qualquer maneira, estou falando uma verdade. Conheço-me minimamente e apaixonar-se por ela, pra mim, seria quase óbvio. 
  • Salaminhos e cerveja, a vida pode ser apenas isso. Não entendo quem não gosta de álcool, não entendo quem é vegetariano por pena de boizinhos ou por intolerância a morte. Saliminhos, cerveja, comer, foder e etcs. Que é isso e tem a ver com regalo. Poesia é regalo, arte é regalo, teatro é regalo. Precisa-se de muito pouco, é fato. Mas quem, em sã consciência, quer apenas o necessário? Leminskão e sua síntese são o próprio sentido da vida.
  • A profundidade dela é uma falsa questão. Porque é otária e acha ser esperta. Porque procura razões que não existem ou não precisam ser achadas. Gosta de ter "questões", mas esquece que "questões" exigem tanto perguntas bem formuladas quanto busca de respostas concretas. Mas a falsa questão é mais atraente, eu aprendi. Na falsa questão todos são interessantes e todas as possibilidades são reais. Somar ou diminuir pra essa gente é uma agressão. Qualquer certeza deve ser eliminada, eles dizem enquanto proclamam a dúvida como o deus mais cruel de todo panteão. Vai entender...
  • O bye, bye é uma mão esticada com cinco dedos. Toda despedida se supõe mais importante do que realmente é. É coisa de gente: esse bichinho triste que inventou as palavras e, consequentemente, os delírios todos. Saímos do esquema comer e cagar, viver e sobreviver, etc. Gente: esse bichinho que faria graça em seres extra-terrenos por ter inventado a eternidade da alma. Vejo ETs que diriam: não dá pra entender porque vocês cultivam tanto a ilusão. E nós, bichinhos pacíficos, chamaríamos os ETs pra um cinema, um teatro e uma cervejinha depois. E daí, o ET, já no fim da noite, confessaria: têm razão, a ilusão é muito prazerosa.