7 de maio de 2008

¨

A técnica dessa piranha é óbvia e previsível: ou me trata muito bem ou me trata muito mal. Alterna de um pra outro sem transição. Tenta me confundir com excessos. Nos momentos em que está inspirada ela aperta seus olhinhos miúdos e faz um tipo de chiado com a boca. Eu aproximo meu ouvido e ela solta uma gargalhada louca. Depois vira de costas e sai fazendo barulho com as botas do exercito que herdou sei lá de que morto.

%

Sem nenhum saco pra nada. Bla-bla-blá demais. Velho demais. Repetido e gasto demais. Já me basta a gorda com cheiro de morango que sentou do meu lado na peça mais estúpida dos últimos anos. Prefiro eu mesmo como sempre. Não quero ouvir o que já foi dito. Não quero saber das mesmas merdas que todos fazem pra se sentir vivo e confortável. Eu sou isso, eu sou aquilo. Uma legião de idiotas e eu no meio deles: falando sobre mim como se eu soubesse algo de oculto.
Não sou modelo de mim mesmo. Não sou grato por nenhuma das minhas trapalhadas. Minhas invenções sem alma eu asfixio rapidamente. Minha vaidade ainda me salva por excessos.