1 de dezembro de 2013

qs

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Nunca mais. Lembre de um tempo que sempre passa. E já estamos velhos (e espertos demais) para achar que antes era melhor. Não era. Ou era. Mas agora sabemos que não importa. Não muito. Ou não tanto como gostaríamos.
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Em nova fase. Poderia dizer egotrip, diáriosemculpa, díáriopúblico; coisas assim. Mas é mais do mesmo: eu apenas eu meu umbigo sujo e um exercício que faz bem a mim que alimenta a mim que é meu estúpido livre e que tem endereço de blogue. Dizer nova fase é idiota. Sou idiota
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Tão linda e tão perdida. Não tem 25 anos. E gasta a si. E erra no lugar errado, com os homens errados, com as amigas erradas. Claro que eu poderia salvá-lá. Tenho essa vocação. Tenho essa vaidade. Mas isso seria mentira porque nada é tão simples assim e salvadores não existem. Salvadores não existem. Nem no passado nem no futuro. Minha salvação a deixaria mais segura e mais triste. Seriam contribuições para o instinto que ela já tem: perceber que não é como a maioria. Mas não seria uma salvação. Até o contrário: eu anteciparia sua perda de esperança. Portanto vejo-a e penso só: não tenho nada que valha a pena pra dois.
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O risco cresce. Estou falando de mim como sempre. A solidão deixa a visão perigosa. Torna-se fácil rejeitar as pessoas quando a solidão é uma realidade e não uma questão existencial. O impulso de convívio com o mundo é saciado cada vez mais veloz. E pensa-se muito em si diante dos outros.
Pensa-se mais em si diante dos outros que quando o si é só si mesmo e não tem companhia.
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Estou aqui. Fico aqui. Espera-se o tempo. E pensa-se em coisas para o tempo. Mata-se o tempo, ignora-se ao tempo. Brinca-se com o tempo. O tempo. Real tão real. A musiquinha singela do grancirco que deveria ser gravada. Porque tempo é denominador comum. E é estrutura. E dá pra ser manipulado pela Arte. Arte esse grande tesão.
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