21 de outubro de 2010

duas cervejas.

A mulata está acompanhada, mas talvez seja seu irmão. Ela passa por mim: peituda e cochuda.
Mulata tipo prata. Em outras palavras, ela brilha.
"Poxa, que coxa", eu penso bestialmente. Estou bêbado, confesso. "Poxa, que coxa" é engraçado e estar bêbado é bom.
Ela amarra o cabelo. Lança o pescoço pra trás e se apoia na cadeira. Faz um nó no cabelo. O pescoço brilha e eu me emociono... essa coisa de beber deixa a gente um bocado suscetível. As lembranças me invadem... "Meu Deus, por que que essa mulata não é minha?".
Seu irmão (ou seria seu namorado?) vai até o balcão e paga a conta. Não gosto dele. Usa brinco. Tão antiquado usar brinco... coisa de índio. Ela já tá com a bolsa no gatilho e levanta. "Bunduda também", eu penso.
Os dois saem e os perco de vista. Uma pena. Ela era linda e farta. Ele tinha brinco, era mulato, mas sem brilhar. Eu ficaria horas olhando pra ela - apenas olhando pra ela - e me sentiria ótimo.
A minha cerveja acaba. Eu volto pra casa.