16 de novembro de 2013

s.r

Nunca mais o blogue. Nunca mais o tesão diário. Nunca mais aquele frisson infantil de pensar: eu escrevo, ela lê. Tempo. Tempo maldito. E, repare bem, melhoras existiram graças ao tempo.
Nunca mais a internet ingênua do Orkut e dos sites e blogues nos favoritos. Nunca mais um tempo que já passou. Nunca mais a internet como coisa em si. Porque agora telefones e cigarros se juntam a internet e tudo é uma coisa só; e tudo combate o tédio com muita eficiência e pouca eficácia.
Internet discada. Videos de 08 segundos. Hora pra entrar e sair.
Agora eterno. Agora constante. Na ilha do cu da flor do diabo há um wireless e sei lá de que diabos to falando.
Sofro.
Sou um cara que sofre.
De tempos em tempos, sofro a larga. Com dores, vômitos e medos variados.
E tem a família. Que sofre por mim sem precisar.
Como se meu sofrimento não bastasse, como se sofrimentos alheios minimizassem sofrimentos íntimos.
Repara: esse texto não diz nada. Não fala nada. E esse texto, assim, cheio de nada, é o texto da internet em 16 de nov. de 2013.
Minha teimosia não é uma virtude, mas uma limitação. O blogue é mais confortável do que o facebook.    
É sempre sobre mim.
E é cada vez mais teimosia sem sentido.
O que, todavia, nunca impediu o tesão - aquele velho amigo que se manifesta com frequência e que tende à uma nostalgia estúpida.
Quando o tempo passava sem blogues ou e-mails salvos.
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