11 de outubro de 2011

A invasão do mundo e os textos solitários.


Enquanto ela passeia por cidades-maravilhas e vislumbra que tudo é possível. Enquanto ela faz comida para agradar um homem que gosta de comer hot-dogs na rua. Ali, do outro lado da cidade, tem uma criança chorando por motivos que os pais jamais entenderão, por mais legais que sejam.
Tem um show fantástico de uma banda de Rock que eu não fui. Tem uma festa, festinha, celebração caseira, que eu deixei de ir. Tem a mulata magrela que passa na Rua da Passagem e que, embora linda, é apenas uma desculpa para pensar e sentir tesão.
(Assim também o livrinho à tira-colo enquanto beberico no bar... as cervejinhas, meu deus.... as cervejinhas... álcool e literatura combinam tanto... como explicar?...)
Foi ontem mesmo. O verão do Rio de Janeiro mostrou suas garrinhas e me veio um terrível arrepio na alma: não suportarei esse calor. E ainda ontem me surpreendi: nem houve gritos lancinantes para a virada do Flamengo.
Ontem, a missão. Ontem, as cinco laudas. Ontem, o dormir cedo.
Querer explicação é normal, conseguir explicar é complicado. Falar o quê? Falar pra quem? Porque falar é fácil e bom, e até decente; mas falar, falar mesmo, como um carioca que não se sente ridículo ao comer um milho após pegar uma praia em Ipanema, eu não consigo.
Lamento. Fosse mais volúvel, menos tímido e um pouco mais limpo estaria participando das grandes jogadas, dos dinheiros, dos coletivos bem intencionados, da revolução pela internet, do clube otimista, dos professores frustrados, das dívidas dos cartões de crédito, sei lá, o diabo.
Fosse não é; e Fernandinho escreve sempre em seu blogue enquanto engorda a olhos vistos.
(E teve uma adolescente cretina que me deixou enfiar os dedos em sua vagina e nunca mais apareceu. A adolescente cretina lia meu blogue e me chamava de "fernandinho", o que, à época, não percebi como a ironia que é...o tempo... o maldito tempo... minutos atrás eu era um gênio.... o tempo)
Fica o calor que volta e voltará e essa sensação de solidão que só importa mesmo quando penso que pra ser sozinho não se precisa de grupos. 
Tocar o gado, eu toco. Ser gado, eu sou. Gosto de gente, mas não gosto de toda gente. Sou chato, sou chatérrimo, sou o Fernandinho da cretina adolescente que permitiu meus dedos em sua vagina, mas não me deu.
Alguém explica. Alguém sempre explica. "A lógica é o método de questionamento de todos os que acham que conquistaram o que tem", diz o Frings Blá-blá que esqueci o nome. Ele, o tal Frings Blá-blá ainda diz que "nada pior do que não reconhecer que sorte existe. Deus jamais perdoa aos que não acreditam em sorte. Deus sabe que o fato d'Eele existir foi determinado por isso."
Um choro quando nasce,
um choro quando descobre que morre.
Um pena:
o empate agrada a todos.