27 de março de 2011

Eu rodava porque eu rodo.

Sentia-me bem e ouvia músicas do Charlie Brown Jr.

Porque gosto dessa banda mesmo sem ter disco deles e porque ele, o Chorão, deu um bom murro na cara do Los Hermanos, que esqueci o nome agora, mas que é aquele que deflorou a menina Internet Malu Magalhães com a autorização dos pais.

Ele tinha 3o e algo e ela 16 - sei que é bobagem, mas minha moralidade católica se manifesta assim também.

(Além da verdade absoluta: esse cara dos Los Hermanos é um chato. Chato tipo perguntador maluco, tipo o que procura essências e coisas do tipo).

Então simpatizo com o Chorão e não com o chato. Porque o Chorão é feio, maloqueiro e tem um rosto digno de Bukowski, mas principalmente por ter a atitude de socar um chato.

Socar um chato... quantas vezes desejei socar um chato? Jesus, lá da cruz, abençoa minha justiça primitiva: olho por olho e dente por dente. E o fato de eu não socar chatos faz com que eu simpatize com quem soca chatos...

É que tem essa coisa que enaltece o bom mocismo apático e cuzão. "A ordem da ternura"... como explicar? Não sei... mas há uma nova ordem que berra: todo afeto é afeto. E essa nova ordem se manifesta em redes sociais e twitters variados com o papo "Bom Dia à Todos" ou "Dia Astralizado Pra Todos!"

Então ouço as músicas do Charlie Brown Jr. e concluo que, quase sempre, são músicas de amor e de otimismo. Mesmo que haja raiva, rap, palavrões e adolescentes neo-nazistas como público.

O olho roxo do Marcelo Camelo (viva o google) é uma forma primitiva de justiça.

Jesus entendia.

E Deus, quando fez o dilúvio, também.

trivoé.

Sentir tesão é tão bom, tão inofensivo.
Que hoje tarei as coxas da loira que estava ao meu lado no busão.
Conversamos:
- foi pra praia, é?
- fui.
(É que o ônibus estava vazio e ela sentou ao meu lado,
o que fez com que eu perguntasse sobre a praia.
Mas isso só depois d'ela se mexer no banco e
encostar sua coxa em mim.
Pediu desculpas, a bobinha.)
Após uma início de pau durecência, ela mudou de banco.
Achei estranho, mas não muito.
O ônibus é um circo variado e sem controle;
e as mulheres, loiras ou não, querendo ou não, confundem os homens.
Daí que cogitei ir ao seu banco, mas não fui.
Imaginei uma bela cena onde ela ficaria surpresa e eu sorridente, falante e cheio de atitude.
Mas como não fiz o que pensei
voltei ao meu livro e li.
Ler, muitas e tantas vezes, é uma atitude desesperada:
ignora-se a realidade para apreciar o mundo controlado que as palavras propiciam.
Então chega o meu ponto e reparo que há um negro lindo ao lado dela.
Olho de soslaio, mas ela me vê e abre um riso que é uma borboleta branca.
Eu rio também e desço.
-
À caminho de casa descubro o óbvio:
mulheres não apenas confundem os homens,
mulheres têm um enorme prazer em confundir os homens.