22 de dezembro de 2010

Dezembrão.

E todo calor e toda loucura.
E um tipo de fim que se aproxima
e o inevitável
que é pensar no ano que passou
e no ano que virá.
Que existimos no tempo e morremos no tempo,
que somos o tempo.
E o tempo passa mesmo que se fale sobre a importância do "agora" -
como se o agora fosse real...
como se ao dizer "agora" o "agora" ainda fosse o que não mais é.
E tem Natal
e Ano Novo.
E as datas todas.
E o fato de serem inventadas não quer dizer nada.
Que tudo que importa foi inventado: o amor, os laços, a arte, o sexo como descoberta, a ficção, os livros, a família, o espirito, Deus...
E daí que vejo meus amigos e tenho vontade de falar
e falo e lembro que somos amigos e vejo a fraternidade do planeta
sendo concentrada numa data inventada e bela e humana.
E lembrei dessa música.
Que tem a ver com tempo,
com coisas que existem no tempo,
que fala de gente que se vê
e se pensa e não se conhece
e, mesmo assim, se consome.
Que é Dezembrão e o sol é como um punhado de agulhas à entrar em nossa pele.

a música. pra quem tiver saco. e nem é uma boa versão.