17 de março de 2008

enquanto isso...

(foto do blogue do Solda - clica no título pra ir lá)

Aquelas malditas girafas ficam me encarando. Comem suas folhas e me encaram. Até abaixam o pescoção pra me intimidar. Elas são várias e eu um. Tá certo que sou mais esperto que elas. Eu me escondo e tenho as minhas manhas. Elas só olham pra cá com aqueles olhos-bolotas-pretos e acham que se esconderem o pescoço eu não vejo seus corpos. A minha vantagem é que sou mais esperto. Sempre fui esperto. Minha mãe me disse e ela sabe tudo sobre girafas.

Tenho só que decidir. Tenho algumas horas pra isso: antes do sol ir embora e eu ficar no escuro. Porque no escuro sou péssimo e sei que perco minha clareza e tudo mais. Mas o escuro ainda tá sob controle, há não ser que venha uma maldita tempestade pra escurecer tudo antes. E, de qualquer maneira, mesmo uma tempestade se anuncia.

Posso começar a correr e bater os braços em cima do corpo e fazer muito, mas muito mesmo, barulho. As girafas se impressionam facilmente e disso eu sei faz tempo, pois mamãe ensinou. Eu era bem pequeno e ela já dizia: é só berrar e bater os braços, elas não resistem, mesmo que sejam maiores que você.

Tem o risco de elas ficarem me olhando e nem saírem do lugar. Mas tanto faz. Risco por risco, eu prefiro os grandes riscos. Quem resiste à pouca coisa nem sempre é forte...Bla bla bla.

A opção de ir embora sem sequer encarar as girafas também me agrada. Nunca precisei de girafas pra viver, afinal. E também, mesmo que eu as vencesse, em nada isso melhoria minha vida. Apenas ficaria contando pros meus amigos: teve uma vez, numa selva terrível, que eu fiz várias girafas correrem...

De forma que eu vou mesmo é esperar ficar quase noite. Quando faltar 15 min. para o maldito lusco fusco eu me decido. As opções são apenas duas. Entre duas é mais fácil escolher. Prefiro assim.
A garota mais legal do mundo com os olhos mais bonitos que já vi. Ela me contou algumas histórias, me enrolou em outras e me deixa puto e satisfeito em questões de segundos. A garota da bundinha de ouro que tantas fez que me ferrou e que fica rindo como louca quando eu mexo em seu nariz. Que chupa meu pau que reclama de frio que tenta fugir no meio da noite. A garota séc XIX sempre dividida no que quer e no que pode ser, entre o laranja e o vermelho, entre o requeijão e a maionese. A garota bacana que tem medo de si. Que me assusta e me encanta. (fev/2003)

Allan Sieber - Clica cá!