22 de fevereiro de 2014

s.r.

Cotidianaria:
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Ouvindo o disco baixado da descoberta do dia (http://youtu.be/zeWVzT4s2Kw) e tentando entender isso e aquilo. Penso. Leio. E ler e pensar, no caso, é desejar explicações. Mas uma das coisas que leio diz mais ou menos assim: explicação não há, há apenas a moral usando explicações para tentar se entender.
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Então julgo e analiso. Com alegria e devoção. E sem medo de ser juiz. Até porque faço-o pra mim mesmo e para o meu próprio júbilo. Estou só e esse blogue é meu delírio mais pessoal.
Assim:

  • a alegria de ver o outro em decadência. O sorriso escroto que pensa "eu sabia". E a ironia e a indireta como método. Coisa de covarde. Cria-se um inimigo fraco para poder ser forte. Forte fosse, menos inimigos teria.
  • há sabedorias mínimas para conviver em sociedade. A mais vulgar é a mais útil: fale menos. 
  • o flerte com o sofrimento travestido de virtude está lá. Como uma desgraça alegre, como um que sem dinheiro sorri ao afirmar "to fudido de grana". E vê em sua desorganização um chamado da vida real. A vida real não existe. E sua inépcia para a organização não pode achar que a vida real existe apenas por ter sido pressionado à organização. É escroto, mas vá lá: segurar o mijo para ter mais prazer ao mijar, nunca foi ou será um orgasmo.
  • agora reflito que o ataque protegia ao fraco. Mas foi ataque covarde. Porque nem presente o inimigo estava. É proteger o ladrão que rouba ladrão - como se as coisas tivessem causa e consequência. Ladrão que rouba ladrão não faz com que melhores ladrões existam.
  • compreender a vulgaridade como algo aceitável e normal não torna você aceitável e normal, torna você vulgar. 
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Tem mais coisa, sempre tem. Coisas tem em profusão. Coisas nem sempre são importantes. Mas coisas existem. E coisas nos ocupam. E fazem-nos pensar. E nem todo pensamento é importante. Não há saída. Há livros, há arte, há amores.
Eu, por ora, mantenho meu blogue em 22 de Fevereiro de 2014.
Então uso isso:

  1. A moça ou não entendeu ou se fez de desentendida. Acho que dá no mesmo. Algo como: é legal, mas nem vale muito esforço. 
  2. Mais velha, mais desesperada e mais triste. Ela não nota. Está acima de todos. Pode ser livre e egoísta, mas não será. Ela precisa de companhia lá em cima. Não consegue, estando só, ficar lá em cima. Então mantêm-se acompanhada, mesmo que mal. 
  3. Seu vislumbre de profundidade existe por falta e não por excesso. Como a vida é pouco, compra-se pá e vai-se à terra para cavar. Cava à toa. Cava pelo prazer de retirar terra. Não procura nada, não quer achar nada, quer cavar, apenas cavar. Como se cavar fosse o próprio sentido de existir profundidades.   
  4. Vejo um filme que deveria ter assistido com 13, 14, 15 anos. Devo ser um bom tio (seja lá o que isso for) e mandar o link com o seguinte recado pra minha sobrinha: - 'vi esse filme hoje e pensei que gostaria ainda mais dele se tivesse visto com 13, 14 ou 15 anos. Vê. E depois comenta. Ou não comenta. Mas vê antes dos 16. É a minha dica. É um puta filme mesmo eu tendo agora 32. bjs. até. qq coisa, berra e conta comigo (seja lá o que isso for). aqui o link:http://filmesonlinetocadoscinefilosvideos.blogspot.com.br/2013/06/vidas-sem-rumo-1983-direcao-francis.html '.
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deixar as coisas. empacotar as coisas. dar tempo as coisas. ser um que foge das armadilhas oficiais e inventar as próprias armadilhas. não acreditar que a vida seja armadilhas. não cair na alegria de ser preso pelas armadilhas criadas. teimar. não acreditar nos papos do rebanho e da dureza da vida. e mais, mais que isso, entender que esse esforço de saber das coisas - e ter as armadilhas como rotina - é só um jeito torto de lidar com a loucura e o medo que permeia a vida toda.