4 de dezembro de 2007

MEU DOCE UMBIGO SUJO.

Aquele nome não era dos melhores. E esse não chega a ser uma pérola, mas é mais divertido. Tem sentido, embora possa não parecer. O sentido é mais ou menos assim:
-
Eu me adoro.
E me adoro mesmo.
Olho pro meu pau e gosto.
Olho pra minha barba mal feita
e gosto também.
Gosto até
de quando
sou desagradável.
Gosto de mim e de todos que copio.
E copio muita gente.
Nunca quis ser original.
Desse mal eu não sofro, afinal.
-
Meu buraco na barriga
me ajuda
a pensar assim:
eu tenho
o que ela tem
e
eu gosto dela
e ela de mim.
(Buraco na barriga é umbigo,
buraco na bunda é cu.
E a gente tem os dois
e nós dois,
os dois,
nôs amamos -
a vida tem suas ternuras vulgares, não tem?)
-
É apenas porque
gosto da doçura
que vem
e que vai
e não volta.
É apenas porque
olho e não
vejo
um fim
e confesso:
eu sou fraco
e prefiro assim.
-
E esse mundo é tão perverso,
sempre a maltratar
o amor.
Esse mundo maldito
que vai continuar
mesmo depois
que a gente
se for.