12 de dezembro de 2008

rio de janeiro, arredores da Pça. Tiradentes.

Cheiro de mijo e merda, gente feia pelas calçadas e, no entanto, há qualquer encanto no ar.
As garotas te chupam por 5 pratas e por 10 abrem as pernas. Não são tão ruins quanto o preço sugere. São garotas mais ou menos perdidas dando cabeçada pela vida como todo o resto do mundo. Algumas ainda guardam um frescor no fundo dos olhos e quase sorriem quando você recusa a oferta com um "não, obrigado".
Ninguém parece desesperado por ali. Executivos e burocratas almoçam em grupos, pretos elegantes distribuem panfletos e as meninas, bem, as meninas apenas sorriem.
Fico constrangido pensando em mim mesmo, fico constrangido pensando que todos estão vivos. Todos, todos estão vivos, um planeta inteiro de gente viva.
Fico constrangido sem nunca participar de fato. Me sinto bem, apesar de tudo.
4 livros novos, um passeio que nem durou 2 horas.
Na hora de voltar pra casa tento pongar no ônibus e quase me arrebento. Me sento com os pacotes na mão e sorrio. Ler ainda me parece a coisa mais sensata a ser feita.