14 de janeiro de 2010

relatinho com os hollywods de mamãe.

Sendo descolado na night curitibana.
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Vejam vocês: agora falo night e vou para a dita balada. É simples. Uma lógica que usei nas vezes em que me mudei de cidade. Quando você não conhece ninguém ou não sabe o que fazer, você topa tudo. Ou quase tudo.
E nessas vou pra balada e curto-a-night.
Tenho amigos daqui de quem me afastei um bocado. Não por nada, mas porque houve as namoradas, os quase casamentos, as drogas, as mudanças de turma, etc.
Mas agora, eu e um velho amigo, o grande Titones, saímos como nos velhos tempos e nos sentimos muito bem, obrigado. Meu limite é a balada country que ele me chama e eu não vou, mas, tirando isso, até em sambinha tô indo.
E sambinha em curitiba é ainda pior do que no rio de janeiro. Ou seria melhor, já que a farsa-sambinha fica mais escancarada?
Não importa.
O fato é que ainda me mantenho longe da muvuca que gosta de pipocar na beira do palco ou na pista e, pra manter um mínimo de integridade e elegância, bebo os chopes duplos de terça feira no balcão.
A novidade da vez é falar com as gurias. Com uma cara de pau que nem é minha e que nem chega à ser sincera. É o velho sistema que já disse: quando você não conhece ninguém ou não sabe o que fazer, você topa tudo.
E nessas fiquei de papo com duas gurias. Eu tava me exibindo é claro. Mostrando pros amigos de 12 anos atrás que agora eu abordo as loucas no meio do bar e que sou capaz de descolar telefones e coisas do tipo. Tudo certo. Tudo falso e prazeroso. Uma maravilha.
Mas o que eu quero contar é:

Uma guria, de nome Iane se não me engano, era de manaus e tinha um belo nariz grande com traços feminos do tipo que eu adoro. E eu conversando com ela e então ela me fala que tava com um namoradinho aí, que na verdade é da grécia, e que ela havia o conhecido no chile ano passado e que, desde então, eles mantém contato num romance meio virtual, e que agora ele tava aí e ficaria até abril e todo esse papinho que se têm com desconhecidos. E a gente conversando e o papo era bom e o grego aparece com camiseta do brasil e ele quer ser músico e é legal e bom de papo também, e fala do samba e eu pergunto dos gregos e ele é legal mesmo e tudo o mais. Mas é um gringo, um gringo grego, e eu, vendo os dois, noto que tem qualquer coisa de estranha alí e então ela, semi estúpida e afastando o grego que ficava a agarrando o tempo todo, manda ele ir pegar cerveja e o grego vai lá como o cara legal que realmente é. E daí o álcool causa a epifania que é o grande ponto dessa história.
Sou curto, sincero e grosso. Olho bem pra cara dela e solto:
- posso te falar uma coisa desagradável?
- claro.
- qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade nota que você não tá nem um pouco apaixonada por esse cara.
Ela fica séria, esconde os dentes com a boca imensa e sinto que meu pau se mexe dentro da cueca.
Daí o grego volta e a coisa fica flagrante. Ela o trata cada vez pior e cada vez mais ela me dá trela. O grego nota, eu noto que ele nota, mas que se foda. Ele é gringo é grego e é legal, legal demais eu diria. Meu pau não para de mudar de lado dentro da cueca e ela pede meus contatos e o grego gringo pergunta por que e ela diz da sua viagem à bahia e que deve passar pelo Rio e eu só vendo e ficando com uma puta vontade de que aquele gringo desapareça pra eu dar um bote semi-canalha, porém profundamente sincero. O que, infelizmente, não ocorreu. Mas num vacilo do gringo ela sentou e eu a pilhei, com a devida distância do gringo, pra ela me ligar aqui mesmo em curitiba e ela lançou que tava pensando seriamente naquilo que eu tinha dito e eu perguntei aquilooquê e ela repetiu exatamente a frase que eu havia dito e que tá escrita aí em cima e eu me senti um gênio.
Mas o gringo voltou e meus amigos queriam ir embora e o gringo queria a levar pra perto do palco para bancar a pipoca. Dei um abraço afetuoso no grego gringo que, apesar de tudo, era gente boa e bom de papo e na hora de me despedir dela, fiz uma manobra e fiquei de costas pro gringo e falei, bem colado no ouvido dela:
- me liga mesmo, porra. até abril vai ser foda.
- eu sei, eu sei.
- pensa no que eu te falei.
- to pensando.
E meus amigos chegaram e fomos andando até o carro comentando sobre o bela manaura e o bondoso gringo grego.