13 de dezembro de 2009

Abro meu J.D e passeio os olhos por coisas velhas. É bom estar por aí e ver o mundo. Nada demais e nada de menos. Tudo lento e limpo. Sem euforia por novidades e sem necessidade de grandes viradas. A vida como é: implacável e terrível.
Hoje de manhã li uma cartinha de uma boa amiga. Chorei e lembrei de coisas tristes. Um tipo de injustiça que, infelizmente, é parte da jogada. O mundo é grande demais para ser bom. Ele não pode simplesmente ficar preocupado com essas coisas. Ele gira e faz força pra continuar. É o que é, o que pode ser.
No mais meu D. Quixote de lata me enviando mensagens secretas.
Talvez devesse reler o livro e entender mais a coisa.
Talvez devesse apenas dormir.
Olhos apertados para ver melhor.
-
Muitas bundinhas na paisagem e também reflexos na água. É tudo tão bonito que é quase chato. Mas nem é.
Estou parado e olho pra frente e pra trás. Os gatos são pardos e esta água é suja. Penso sobre isso e lamento.
Penso também:
  • as gurias bebem pra ficarem falantes e eu bebo pra ficar calado.
  • estar parado onde todos se movimentam e fazem contatos me parece uma boa contribuição.
  • a euforia é legítima. gosto de entrar e sair dela. eu disse, entrar e sair dela.
  • gente esperta tem uma habilidade imensa de falar com as mãos no barulho insuportável.
  • sempre lembro do poderoso chefão e do corleone/pacino virando o godfather: ele parado, pernas cruzadas e a câmera virando lenta e revelando seu rosto inchado.
  • o rio de janeiro causa um encantamento no início de tudo. lembro bem disso. acho que o imaginário de 'cidade maravilhosa' é levado à sério pelos cariocas.
  • é um desses traços bacanas dos cariocas: eles acreditam plenamente que moram na melhor cidade do mundo. acho isso bonito.
  • voltar caminhando pra casa é quase um milagre. os pés apertam o chão e te movem.